Vitória de Leite, Riedel e Raquel dá sobrevida ao PSDB, em meio à polarização

Partido vence em 3 dos 12 Estados em disputa; Jerônimo leva na Bahia, agradece ao PT local e promete 'mutirão' com Lula

31 out 2022 - 00h53
(atualizado às 04h37)
PORTO ALEGRE RS 30-10-2022 EDUARDO-LEITE-REELEITO -ELEIÇÕES-2022 - POLÍTICA - O candidato Eduardo leite comemora reeleicao ao governo do RIO GRANDE DO SUL na cidade de Pelotas, RS, neste domingo, 30. 30/10/2022 FOTO EDUARDO LEITE TWITTER
PORTO ALEGRE RS 30-10-2022 EDUARDO-LEITE-REELEITO -ELEIÇÕES-2022 - POLÍTICA - O candidato Eduardo leite comemora reeleicao ao governo do RIO GRANDE DO SUL na cidade de Pelotas, RS, neste domingo, 30. 30/10/2022 FOTO EDUARDO LEITE TWITTER
Foto: Reprodução/Twitter Eduardo Leite / Estadão

Um dos principais derrotados no primeiro turno, com destaque para a perda de São Paulo, o PSDB sai como principal vencedor do segundo turno, levando 3 dos 12 dos governos em disputa: Rio Grande do Sul, Pernambuco e Mato Grosso do Sul. Isso apesar de a maior parte das disputas regionais espelhar a acirrada eleição federal entre Luiz Inácio Lula da Silva e Jair Bolsonaro.

No Rio Grande do Sul, Eduardo Leite teve 57,12% dos votos válidos, ante 42,88% de Onyx Lorenzoni (PL). A campanha foi marcada pela animosidade e pela troca de acusações, com os candidatos nem se cumprimentando antes e após os debates. O tucano buscou certa neutralidade da disputa nacional, apesar de receber o apoio "crítico" do PT.

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"Agradecemos o voto crítico do Partido dos Trabalhadores. A campanha foi de convergência. Com democracia e respeito", disse, após ser reeleito. "Tenho consciência de que as motivações de eleitores são diversas."

Em Mato Grosso do Sul, Eduardo Riedel teve 56,90% dos votos válidos, superando o Capitão Contar (PRTB), com 43,10%. Empresário do agronegócio, ele destacou ter um projeto para o Estado "de desenvolvimento, distribuição de renda, inclusão e qualificação para pessoas entrarem nas oportunidades oferecidas". "Agora é arregaçar as mangas."

Mas vale registrar que não houve só vitórias para os tucanos: Pedro Cunha Lima obteve 47,49% dos votos válidos na Paraíba, perdendo para o governador João Azevêdo (PSB), que registrou 52,51% dos votos válidos. "Obrigado, Paraíba. Obrigado por confirmar que nosso trabalho vai continuar e nosso Estado seguirá avançando, mudando verdadeiramente a vida das pessoas", afirmou o tucano.

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OUTROS ESTADOS

Entre os locais mais afetados pela polarização, o destaque fica para a vitória de Tarcísio de Freitas em São Paulo, com 55,27% dos votos válidos, ante 44,73% de Fernando Haddad. Apesar de líderes históricos do PSDB anunciarem voto em Lula, o governador Rodrigo Garcia rapidamente anunciou apoio irrestrito ao ex-ministro de Bolsonaro no fim do primeiro turno. Interlocutores de Tarcísio disseram não esperar uma "destucanização" do governo.

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Já no bloco da atual oposição, a principal vitória ocorreu na Bahia, onde Jerônimo teve 52,79% dos votos válidos, ante 47,21% de ACM Neto. O petista não compareceu a debates e buscou manter a distância obtida no início do mês.

Em seu discurso de vitória, agradeceu ao atual governador Rui Costa (PT) e ao ex-governador Jacques Wagner (PT). "A palavra a partir de agora é avançar, nas políticas públicas de saúde, de estradas, de juventude. Teremos de governar em mutirão com Lula no Brasil."

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No entanto, mesmo em um Estado em que Lula venceu por ampla vantagem, Sergipe, houve derrota do PT. Rogério Carvalho teve 48,30% dos votos válidos, ante 51,70% de Fábio Mirtidieri, do PSD - "Nós mostramos a força desse agrupamento", disse, em Aracaju.

Em Alagoas, mesmo após ser alvo de uma ação policial federal e chegar a ser afastado do cargo pelo Superior Tribunal de Justiça, Paulo Dantas (MDB) foi reeleito com 52,33% dos votos válidos, superando Rodrigo Cunha, do União Brasil, que registrou 47,67%. Ele havia assumido o posto após eleição indireta em maio. "Vencemos no voto. Obrigado a todos", postou no Instagram.

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Ainda no Sudeste, em outra disputa no bloco mais polarizado, Renato Casagrande (PSB) teve 53,80% dos votos válidos, ante 46,20% de Manato, do partido do presidente Bolsonaro (PL). O Estado foi o primeiro a concluir a totalização de votos. "Meus adversários não existem mais com o fim da eleição e, se quiserem ajudar, serão muito bem-vindos", disse ao site G1, após a vitória.

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Foto: Reprodução/Jerônimo Rodrigues Twitter / Estadão

REELEIÇÕES

Por regiões, Norte e Sul, aliás, consolidaram o avanço do bloco denominado Centrão. Wilson Lima (União Brasil) foi reeleito no Amazonas, com 56,66% dos votos válidos, ante 43,34% de Eduardo Braga do MDB. O governador reeleito fez seu discurso no Tribunal Regional Eleitoral (TRE) local, garantindo que manterá "o compromisso de continuar trabalhando pelo povo, fazendo entregas que mudam a vida das pessoas".

Em Rondônia, numa disputa dentro do mesmo espectro político, o União também se manterá no poder, com a reeleição de Marcos Rocha, que teve 52,47% dos votos válidos, ante 47,53% de Marcos Rogério (PL).

No Sul, em Santa Catarina, Jorginho Melo teve a maior vitória do segundo turno, com 70,69% dos votos válidos, superando o petista Décio Lima - 29,31%. O senador ligou diretamente toda a sua campanha a Bolsonaro, se apresentando como o candidato do presidente no Estado. "Dediquei minha vida para ser governador, fiz uma grande eleição. Vou honrar cada voto", disse, após eleito.

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