Eleitores de estados decisivos nos Estados Unidos declaram esperar que a vice-presidente Kamala Harris assuma uma posição pública contra a guerra entre Israel e Gaza para decidir seu voto na candidata democrata.
Eleitores pressionam por compromisso com Gaza
Halah Ahmad, palestina-americana de Milwaukee, em Wisconsin, relatou à CNN seu sentimento de "choque e horror" ao ver as imagens de destruição em Gaza. "Não há nada de bom nesta eleição", afirmou, explicando que ainda não decidiu seu voto e que aguarda ações concretas, como um embargo de armas ou o fim das hostilidades, para confirmar apoio a Harris.
Ahmad afirmou sentir-se "mais responsável pela vida nesta eleição", considerando a importância de tomar decisões com um propósito. Segundo ela, "o risco" de uma presidência de Donald Trump é algo a ser ponderado, mas diz que sem uma opção "viável" que se posicione contra a violência, sente-se desamparada na atual chapa democrata.
Em Filadélfia, Reem Abuelhaj expressou a mesma frustração e disse que pretende votar, mas "não votará na vice-presidente Kamala a menos que, em qualquer momento entre agora e o dia da eleição, em 5 de novembro, ela se comprometa publicamente a impor um embargo de armas a Israel ou um cessar-fogo permanente em Gaza".
Abuelhaj, também palestina-americana, considera a questão pessoal. Disse à CNN que conhece pessoas que perderam familiares em Gaza no último ano, o que a impede de apoiar uma candidata associada a uma administração que, segundo ela, mantém parte da responsabilidade pelo conflito.
Kamala Harris declarou à CNN que acredita que os eleitores preocupados com Gaza também consideram temas como a liberdade reprodutiva e o custo dos alimentos, podendo escolher seu voto com base em outras questões importantes.
Por fim, Meghan Watts, moradora de Chapel Hill, na Carolina do Norte, considera que o tratamento de temas sensíveis reflete uma desconexão com o que realmente importa para o público.
A posição de Kamala Harris sobre Gaza
Em discurso durante a Convenção Nacional Democrata, Harris reafirmou o "apoio inabalável" dos Estados Unidos a Israel, ressaltando o direito do país à defesa e a necessidade de libertação dos reféns do Hamas. Segundo a vice-presidente, "como o país faz isso, importa", destacando a situação crítica da população em Gaza.