Em atrito com o governo Jair Bolsonaro por causa do Sínodo da Amazônia, a Igreja Católica buscou interlocução política com parlamentares e vai promover um ato em defesa da floresta no Congresso Nacional, nesta quarta-feira. A Igreja quer "somar forças" com outras instituições na mobilização.
Um dos integrantes do sínodo, o bispo da prelazia do Marajó (PA), dom Evaristo Spengler, levará aos congressistas uma carta escrita pelos clérigos da Amazônia brasileira.
Na semana passada, eles escreveram uma carta pública de protesto, ao fim do último encontro antes do sínodo, em Belém, capital do Pará. No texto, os bispos afirmam ser "criminalizados" e tratados como "inimigos da Pátria". Também cobram "medidas urgentes" do governo e se dizem angustiados com a degradação ambiental e horrorizados com a violência na região amazônica.
Conforme a Rede Eclesial Pan-Amazônica (Repam), presidida pelo cardeal dom Cláudio Hummes, relator-geral do sínodo nomeado pelo papa Francisco, outras entidades católicas participarão do ato, entre elas a Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB). O manifesto ocorre um dia antes do "Dia da Amazônia", celebrado em 5 de setembro.
"A atual conjuntura não permite apenas celebrar o dia, mas mobilizar em vista da construção de políticas públicas e na defesa do território e de seus povos", afirma a irmã Maria Irene Lopes, secretária executiva da Repam no Brasil.