Em entrevista na prisão, Lula diz que Brasil é 'governado por um bando de maluco'

Ex-presidente critica o ministro Sérgio Moro e o procurador Deltan Dallagnol; é primeira entrevista que o petista concede desde que foi preso em abril do ano passado

26 abr 2019 - 16h59
(atualizado às 17h32)

O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse em entrevista aos jornais Folha de S.Paulo e El País, concedida nesta sexta-feira, 26, e publicada nos sites das duas publicações, que o Brasil precisa fazer uma autocrítica e tem sido governado "por um banco de maluco". Ele agradeceu ainda a solidariedade do vice-presidente Hamilton Mourão quando da morte de seu neto, Arthur.

Esta é a primeira entrevista que o ex-presidente concede depois da prisão, em 7 de abril do ano passado. "Vamos fazer uma autocrítica geral neste País. O que não pode é este País estar governado por esse bando de maluco que governa o País. O País não merece isso, e sobretudo o povo não merece isso", disse o ex-presidente.

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O ex-presidente Lula durante entrevista aos jornais Folha de S.Paulo e El País na sede da PF em Curitiba
O ex-presidente Lula durante entrevista aos jornais Folha de S.Paulo e El País na sede da PF em Curitiba
Foto: Reprodução / Estadão

Aos jornalistas, Lula afirmou que era "grato" a Mourão "pelo que ele fez na morte do meu neto". O ex-presidente disse que, se sair da prisão, quer "conversar com os militares" para entender o ódio ao PT.

O petista criticou ainda o ministro da Justiça, Sérgio Moro. Para ele, o ex-juiz, que o condenou à prisão, "não sobrevive na política". "Eu tenho certeza de que durmo todo dia com a minha consciência tranquila. E tenho certeza de que o (Deltan) Dallagnol não dorme, que o Moro não dorme."

Segundo o relato do jornal, os jornalistas, fotógrafos e cinegrafistas tiveram de ficar a quatro metros do ex-presidente. Lula respondeu às perguntas diante de uma mesa, da qual os entrevistadores não podiam se aproximar. A Polícia Federal informou aos presentes que a medida era o cumprimento de um protocolo de segurança comum a todos os presos.

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