A Polícia da Bahia apreendeu 13 celulares e quatro armas - uma pistola, um revólver e duas espingardas - no imóvel usado por Adriano Magalhães da Nóbrega, o capitão Adriano, em Esplanada, no interior da Bahia. Segundo a polícia, Adriano foi morto em troca de tiros com policiais na manhã deste domingo, 9. Ele é acusado de chefiar a milícia "Escritório do Crime", suspeita de ligação com a morte da vereadora Marielle Franco.
Os telefones e as armas foram encontradas em diferentes cômodos da casa, segundo a Secretaria de Segurança Pública da Bahia. Não foram revelados quem são os proprietários dos celulares. Segundo a polícia, Adriano estava sozinho na casa no momento da abordagem.
A operação policial na Bahia foi feita em parceria com autoridades do Rio. Segundo o Ministério Público fluminense, o Grupo de Atuação Especial no Combate ao Crime Organizado (Gaeco) monitorava há mais de um ano "a rede de proteção e os possíveis paradeiros" do miliciano. Ao descobrir que ele poderia estar na Bahia, pediu ajuda ao MP daquele Estado.
A Polícia Civil do Rio de Janeiro também estava a par da operação. Dois policiais civis do Rio participaram da busca a Nóbrega. Segundo fontes da polícia baiana, no entanto, os policiais fluminenses não participaram do confronto que culminou com a morte do miliciano.
Capitão Adriano era apontado como o chefe do Escritório do Crime, grupo miliciano que atua na zona oeste do Rio. Ele estava foragido desde janeiro de 2019, quando foi deflagrada a operação Os Intocáveis, que prendeu integrantes da milícia.
Apesar dele não ser considerado envolvido diretamente na morte da vereadora Marielle Franco, o grupo é citado na investigação.
Outro caso emblemático no qual Adriano é citado é o que investiga a suposta "rachadinha" no gabinete do senador Flávio Bolsonaro (sem partido-RJ) quando ele era deputado estadual no Rio. A mãe e a ex-mulher do miliciano trabalhavam para Flávio, que já homenageou o ex-policial militar com a Medalha Tiradentes, mais alta honraria da Assembleia Legislativa (Alerj).
Nessa investigação do MP, os promotores afirmam que Adriano se beneficiava do dinheiro supostamente desviado dos cofres públicos por meio da "rachadinha".