Empresários que a apoiam a reeleição de Jair Bolsonaro (PL) discutem abertamente um golpe de Estado caso o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) vença as eleições este ano. As conversas estão em um grupo de WhatsApp que reúne empresários de diversos setores. A coluna de Guilherme Amado, do Metrópoles, teve acesso ao conteúdo.
O grupo reúne nomes como Luciano Hang, dono da Havan; Afrânio Barreira, do Coco Bambu; José Isaac Peres, da rede de shoppings Multiplan; José Koury, dono do Barra World Shopping (RJ); Ivan Wrobel, da construtora W3 Engenharia; e Marco Aurélio Raymundo - o Morongo - dono da Mormaii.
Segundo a coluna, em uma troca de mensagens no dia 31 de julho, o empresário José Koury defendeu explicitamente uma ruptura na democracia do País. "Prefiro golpe do que a volta do PT. Um milhão de vezes. E com certeza ninguém vai deixar de fazer negócios com o Brasil. Como fazem com várias ditaduras pelo mundo”, afirmou, deixando implícito que não se importaria que o Brasil virasse uma ditadura novamente.
A mensagem recebeu apoio de parte dos integrantes do grupo, como o de Morongo, como é conhecido o dono da rede de lojas de surfe Mormaii. “Golpe foi soltar o presidiário! Golpe é o ‘supremo’ agir fora da constituição! Golpe é a velha mídia só falar m...”.
Morongo também citou os atos marcados para o 7 de Setembro. "Está sendo programado para unir o povo e o Exército e ao mesmo tempo deixar claro de que lado o Exército está. Estratégia top e o palco será o Rio. A cidade ícone brasileira no exterior. Vai deixar muito claro”, escreveu.
Ainda no mesmo dia, André Tissot, do Grupo Sierra, endossou a opinião sobre o golpe e disse que a ruptura já deveria ter ocorrido antes: “O golpe teria que ter acontecido nos primeiros dias de governo. [Em] 2019 teríamos ganhado outros 10 anos a mais”.