O Líbano enfrentou um alívio temporário das tensões com o cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah, o que possibilita a reabertura das escolas libanesas na próxima segunda-feira, 2. Durante o conflito, uma grande parte das instituições públicas foi transformada em abrigos para os deslocados internos. Agora, com o início do retorno das famílias às suas casas, a comunidade educativa começa a recuperar a normalidade, segundo informações da Agência Nacional de Notícias do Líbano (NNA).
A reabertura das escolas marca um passo crucial na retomada das atividades educacionais. Desde que o conflito intensificou, estima-se que, em outubro de 2023, cerca de 75% das escolas públicas haviam sido convertidas em abrigos. A alta taxa de deslocamento, que incluiu 1,3 milhão de pessoas movidas pelo longo e doloroso ano de confrontos, agora dá espaço para uma possível recuperação.
Veja momento em que Netanyahu anuncia acordo de cessar-fogo com o Hezbollah.
"Se o Hezbollah violar o acordo e tentar se rearmar, atacaremos", afirmou o primeiro-ministro de Israel em pronunciamento nesta terça-feira (26/11). pic.twitter.com/KQHTkUKLFU
— DelarochaSP (@wspdelarocha) November 27, 2024
Desafios para escolas libanesas
A volta às aulas não será simples, já que muitas escolas necessitam de reparos antes de retomar suas operações normais. O ministro da Educação e Ensino Superior do Líbano, Abbas Halabi, destacou a necessidade de renovação e reconstrução para garantir um ambiente seguro e adequado para os estudantes. Isso inclui reparar danos causados pela ocupação como abrigo e, em alguns casos, pela proximidade com áreas afetadas pelos bombardeios.
Além dos desafios estruturais, há a questão das famílias libanesas que deixaram o país e ainda não retornaram. Isso significa que algumas escolas particulares continuarão a oferecer educação tanto presencial quanto remota até o final do ano letivo, conforme destacado pelo ministro Halabi.
Cessar-fogo e o contexto dos conflitos no Oriente Médio
O cessar-fogo entre Israel e o Hezbollah trouxe um alívio, ainda que temporário, para uma região marcada por décadas de conflito. Essa trégua segue após intensos bombardeios israelenses no território libanês, o que agravou a crise humanitária na região, provocando mais destruição e deslocamentos. A esperança é que essa pausa nas hostilidades evolua para um acordo mais duradouro, proporcionando uma estabilidade maior para o Líbano.
No entanto, o cenário no Oriente Médio permanece complexo. Embora o Líbano vivencie uma pausa momentânea, a guerra continua em outras áreas, como a Faixa de Gaza, onde Israel combate o grupo Hamas. Ali, o conflito se intensifica desde outubro de 2023, resultando em inúmeras mortes e grandes danos à infraestrutura local.
O cessar-fogo representa um crucial espaço para negociações diplomáticas e reconstrução. A expectativa é de que ele possa ser usado como uma base para conversas de paz mais amplas, incluíndo outros atores regionais envolvidos nos conflitos. Além disso, a trégua possibilita o retorno das famílias às suas casas e a reabilitação das atividades cotidianas, como a educação, que é um dos pilares fundamentais para longo prazo da estabilidade social e econômica.