A crise demográfica está se agravando na Espanha, onde o número de mortes superou o de nascimento no ano passado pela primeira vez desde 1941, durante a II Guerra Mundial, quando os dados começaram a ser recolhidos. Em 2015, o número de nascimento caiu cerca de 2%, enquanto o de falecimentos subiu 6,7%, segundo cifras do Instituto Nacional de Estatísticas (INE).
Ou seja, o crescimento vegetativo foi negativo, com o saldo de mortes superando o de natalidade em quase 3 mil pessoas. Além disso, a tendência deve permanecer nos próximos anos, alertam as estatísticas.
A crise demográfica é tida por especialistas como mais um dos efeitos da severa situação econômica pela qual atravessa o país nos últimos anos. A imprensa espanhola destaca que as medidas de austeridade, como a redução de auxílios estatais, fizeram com que muitos casais decidissem postergar o sonho de ter filhos ou então pensar em famílias menores. Além disso, as mulheres estão optando pela maternidade cada vez mais tarde.
Para complicar a situação, a expectativa de vida diminuiu na Espanha pela primeira vez desde 2005, caindo em 0,2 anos, para 82,7 anos, e o número de nascimento é o menor desde 2002.
O envelhecimento populacional, que vem sendo previsto desde os anos 1970, também tem graves consequências econômicas. Quando uma sociedade tem muitos aposentados, precisam de um número ainda maior de pessoas ativas no mercado de trabalho para não colocar em risco o sistema de previdência.