Estudante da PUC é demitida após ofensas a cotistas da USP

Tatiane Joseph Khoury, estudante da PUC flagrada fazendo ofensas racistas, é demitida de escritório de advocacia

18 nov 2024 - 15h12
(atualizado às 15h19)
Estudante da PUC é demitida após ofensas a cotistas da USP
Estudante da PUC é demitida após ofensas a cotistas da USP
Foto: Reprodução/ Instagram / Contigo

Tatiane Joseph Khoury, uma estudante de Direito de 20 anos da Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP), foi demitida do escritório de advocacia Pinheiro Neto Advogados após um vídeo viralizar nas redes sociais, mostrando a jovem ofendendo alunos cotistas da Universidade de São Paulo (USP). O incidente ocorreu durante os Jogos Jurídicos Estudantis em Americana, interior de São Paulo, no último sábado (16), e gerou repercussão imediata.

"O escritório Pinheiro Neto Advogados lamenta o episódio ocorrido durante os Jogos Jurídicos Estaduais, no último sábado (16). O escritório reitera que não tolera e repudia racismo ou qualquer outro tipo de preconceito. Informamos que a estagiária envolvida nesse episódio não integra mais o escritório", disse, em nota enviada ao jornal O Globo.

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POLÍCIA ESTÁ INVESTIGANDO

A Polícia Civil de São Paulo está analisando as imagens que mostram alunos da PUC proferindo insultos, como "pobre" e "ainda por cima é cotista", direcionados a estudantes negros da USP. A polícia ainda não registrou ocorrência formal, mas segue investigando as imagens, com a intenção de identificar os responsáveis e apurar os fatos. A situação gerou indignação e está sendo tratada com seriedade pelas autoridades, que mantêm o caso sob investigação.

POLÍTICA

Além da Polícia Civil, as repercussões do episódio chegaram à esfera política. A co-deputada estadual Letícia Chagas, juntamente com a deputada federal Sâmia Bomfim e a vereadora Luana Alves (PSOL), formalizou uma denúncia ao Ministério Público, pedindo a abertura de inquérito. Em suas declarações, Chagas destacou que as ofensas ultrapassaram o contexto de rivalidade esportiva e configuram um comportamento discriminatório, ligando a condição socioeconômica e racial dos alunos cotistas à ideia de inferioridade.

A denúncia das parlamentares também destaca a violação dos direitos fundamentais dos alunos afetados, ressaltando que atitudes como essas ferem diretamente os princípios da dignidade humana e da igualdade. 

UNIVERSIDADES SE UNEM

As Faculdades de Direito da USP e da PUC-SP, em uma nota conjunta, repudiaram as manifestações e se comprometeram a apurar rigorosamente o caso. "Além da responsabilização dos envolvidos, é indispensável avançarmos na direção de políticas preventivas e de acolhimento. Planejamos implementar protocolos que fortaleçam ouvidorias, promovam a prevenção e a educação antirracista e assegurem um ambiente inclusivo e respeitoso para todos os alunos e alunas. Essa é uma demanda frequente da comunidade acadêmica, que exige ações concretas e eficazes", disse o comunicado.

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Em resposta ao ocorrido, a PUC-SP divulgou uma nova nota lamentando as atitudes de seus alunos. A universidade reforçou seu compromisso com a inclusão racial e social, destacando programas de bolsas de estudo e iniciativas de letramento racial na formação de seus docentes. A instituição se mostrou ciente da importância de implementar protocolos que favoreçam um ambiente mais inclusivo, seguro e respeitoso para todos os alunos.

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