EUA acusam Rússia de tentar desestabilizar governo Milei

A Casa Branca divulgou um comunicado afirmando que a rede de televisão russa RT e seus apresentadores realizaram "manobras" para comprar armas

14 set 2024 - 15h34

Nesta sexta-feira (13), o Departamento de Estado dos EUA afirmou que a Rússia está realizando "operações secretas para desestabilizar o governo de Javier Milei" e aumentar as tensões com os países vizinhos. O líder do país vizinho é um duro crítico ao presidente russo Vladimir Putin, a quem já descreveu como um "assassino". Além disso, em seus meses de gestão, o argentino tirou várias fotos com  Volodymir Zelensky.

Vladimir Putin e Javier Milei |
Vladimir Putin e Javier Milei |
Foto: Reprodução / Perfil Brasil

De acordo com o relatório, Washington acredita que essas "ações malignas" são realizadas por meio do meio de comunicação russo RT e suas afiliadas. Em linha com essa acusação, os EUA sancionaram novamente vários meios de comunicação estatais russos, desta vez acusando-os de participar da arrecadação de fundos destinados a armas e compras logísticas para as tropas russas na Ucrânia.

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"A Rússia participa de operações destinadas a desestabilizar o governo da Argentina", disse o Departamento de Estado, apontando a RT como um dos principais atores dessas manobras.

Javier Milei e seu apoio à Ucrânia

Desde que assumiu a presidência, Milei sempre foi claro em seu apoio a Volodymir Zelensky no conflito entre Rússia e Ucrânia. Durante a reunião internacional da Plataforma da Crimeia, o presidente ucraniano disse estar "muito grato" ao libertário, a quem definiu como líder de um dos países mais importantes da América Latina.

A declaração dos EUA também observou que o canal RT da Rússia desempenhou um papel fundamental nas operações secretas globais, citando as plataformas Red e African Stream, com sede em Berlim, como exemplos.

Além disso, o documento acusa a RT de usar seus recursos estatais para "contratar e financiar influenciadores nas redes sociais", com o objetivo de disseminar conteúdo alinhado aos interesses de Moscou. Também observa que os funcionários da RT empregaram táticas de espionagem e empresas de fachada para ocultar seu envolvimento em operações secretas que buscam influenciar a política de vários países, incluindo a Argentina.

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 Capacidades cibernéticas da RT

De acordo com Antony Blinken, secretário de Estado dos EUA, a RT deixou de ser apenas um meio de comunicação para "se tornar uma extensão do aparato de inteligência russo". Blinken acrescentou que a RT tem "capacidades cibernéticas" e que estava envolvida em operações secretas para manipular informações e adquirir equipamentos militares.

"A RT tem feito parte de operações clandestinas que buscam manipular informações e adquirir equipamentos militares", explicou Blinken, enfatizando que a rede e sua equipe atuam em coordenação com o Kremlin para minar as democracias globalmente e realizar tarefas de espionagem.

No início deste mês, o governo dos EUA anunciou sanções econômicas e possíveis ações legais contra a RT, devido às suas tentativas de interferir nas eleições dos EUA em 5 de novembro.

Novas sanções dos EUA contra a Rússia

Além disso, os EUA impuseram restrições de visto aos funcionários da Rossiya Segodnya, a agência que agrupa a RT, como parte dessas sanções. A declaração também destacou o papel da RT e de sua editora-chefe, Margarita Simonian, em operações destinadas a influenciar as eleições da Moldávia.

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Os Estados Unidos disseram que a RT apoiou as ações do governo russo para interferir nas eleições de outubro de 2024 na Moldávia, promovendo protestos violentos se um candidato pró-Rússia não vencer. Além de seu envolvimento em interferência política, os EUA também acusaram a RT de estar envolvida no financiamento do conflito na Ucrânia.

Por sua vez, Antony Blinken anunciou que os Estados Unidos, juntamente com o Reino Unido e o Canadá, lançarão uma campanha diplomática para alertar os governos de todo o mundo sobre as atividades de desinformação e manipulação realizadas pela mídia russa.

"Os Estados Unidos defendem a liberdade de expressão, mesmo quando se trata de mídia que dissemina propaganda do governo", disse Blinken, mas deixou claro que não permitirá que a RT e outros atores continuem apoiando as "atividades prejudiciais" da Rússia.

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