Os palestinos desprezaram uma iniciativa econômica de 50 bilhões de dólares lançada pelo governo do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a paz entre israelenses e palestinos, enquanto os EUA buscavam apoio nesta quarta-feira para o plano como base para encerrar o conflito de décadas.
Jared Kushner, assessor e genro de Trump, abriu uma reunião internacional no Bahrein na noite de terça-feira pedindo aos palestinos, cuja liderança está boicotando o evento, que pensem fora da "caixa tradicional" por um caminho econômico que ele disse ser uma precondição para a paz.
Os governos israelense e palestino não estão participando do evento, que os palestinos e muitos outros árabes consideram inútil, sem uma solução política. O primeiro-ministro israelense, Benjamin Netanyahu, um aliado próximo de Trump, disse que Israel estava aberto à proposta.
"O fórum de Manama é totalmente falso. É totalmente distante da realidade. O elefante na sala é a própria ocupação (israelense)", disse Hanan Ashrawi, da Organização para a Libertação da Palestina, em entrevista coletiva na cidade de Ramallah, na Cisjordânia.
Vários milhares de palestinos protestaram na Faixa de Gaza e queimaram cartazes de Trump e Netanyahu. "Não à conferência de traição, não à conferência da vergonha", dizia uma faixa.
O chefe do grupo islâmico Hamas, Ismail Haniyeh, criticou o plano. "Esse dinheiro não deve vir à custa de nossos direitos duradouros, nem às custas de Jerusalém ou do direito de retorno ou à custa da soberania e da resistência", afirmou.
Aliados dos EUA, a Arábia Saudita e os Emirados Árabes Unidos apoiam discretamente o plano, mas vários Estados árabes ficaram de fora, enquanto outros, incluindo a Jordânia e o Egito, os dois países árabes que alcançaram a paz com Israel, enviaram vice-ministros.