O ex-ministro petista Antonio Palocci ficou em silêncio na audiência da Comissão Parlamentar de Inquérito que investiga contratos do BNDES (CPI do BNDES). Integrante dos governos da presidente cassada Dilma Rousseff e do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, preso e condenado na Operação Lava Jato, o ex-ministro seguiu a orientação da Procuradoria-Geral da República (PGR), com quem negocia novos acordos de colaboração.
Os advogados do ex-ministro chegaram a entrar com um pedido de habeas corpus no Supremo Tribunal Federal (STF) pedindo a liberação do petista da sessão desta quarta-feira na CPI. Fachin manteve a obrigação do ex-ministro ir, mas o autorizou a ficar em silêncio sem prejuízo a sua defesa.
Preso em setembro de 2016, o ex-ministro fechou delação com o Ministério Público do Distrito Federal no início do ano. No acordo, ele delatou fraudes praticadas em fundos de pensão ligados a empresas e bancos estatais, alvo da Operação Greenfield, deflagrada em 2016.
Além desse acordo, o ex-ministro tem outros dois acordos assinados pelo ex-ministro, o primeiro em abril e o segundo em outubro, foram negociados com a Polícia Federal de Curitiba e de Brasília, respectivamente.
'Sessão secreta'
A sessão para ouvir Palocci nesta quarta foi fechada. A porta do plenário onde ocorria a sessão foi coberta. Somente deputados tiveram acesso ao local. Além do direito ao silêncio, Fachin concedeu a Palocci o direito de não ter a imagem registrada, assistência por advogado durante o ato, não ser submetido ao compromisso de dizer a verdade e de não sofrer constrangimentos físicos ou morais decorrentes do exercício dos direitos anteriores.