Focos de incêndios no Brasil já são 76% maiores que em 2023

O Inmet emitiu alertas de chuvas intensas para áreas da Amazônia e Pantanal, mas previu que, até dezembro, a Região Norte enfrentará chuvas abaixo da média histórica

19 out 2024 - 07h32

O Brasil registrou mais de 2,3 mil focos de incêndio nos últimos dois dias, totalizando 226,6 mil ocorrências até o domingo (13), segundo o Programa Queimadas, do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe). Esse número representa um aumento de 76% em relação ao mesmo período do ano anterior.

Dados são do Programa Queimadas do Inpe
Dados são do Programa Queimadas do Inpe
Foto: Mayangdi Inzaulgarat/Ibama / Perfil Brasil

Os dados do Inpe mostram que a Amazônia concentra 49,4% dos focos de incêndio, seguida pelo Cerrado, com 32,1%. Embora o Pantanal represente apenas 6% dos focos, foi o bioma que apresentou o maior crescimento percentual, com alta de 1.240% em comparação a 2023.

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Crescimento de focos no Pantanal

O Instituto Nacional de Meteorologia (Inmet) emitiu alertas de chuvas intensas para áreas da Amazônia e Pantanal, mas previu que, até dezembro, a Região Norte enfrentará chuvas abaixo da média histórica. A seca agrava a situação de incêndios, com baixos níveis de umidade no solo. No estado do Pará, foram identificados 466 focos de calor em 48 horas, enquanto o Mato Grosso contabilizou 189.

A região do Matopiba, que abrange os estados do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia, registrou 826 focos de incêndio no mesmo período. A área está sob alerta de baixa umidade, aumentando o risco de queimadas, especialmente em partes do Maranhão, Piauí e Bahia.

Para combater os incêndios, o governo federal mobilizou 3.732 profissionais e 28 aeronaves. Na última sexta-feira (11), o ministro da Integração e do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, declarou que o governo está plenamente empenhado em atender as regiões afetadas. "Estamos monitorando e avaliando constantemente os cenários para ações emergenciais frente às mudanças climáticas, cada vez mais severas", afirmou.

A seca prolongada também levou a Agência Nacional das Águas (ANA) a declarar situação de escassez hídrica nos rios Madeira e Purus, no Amazonas; Tapajós e Xingú, no Pará; além de toda a bacia hidrográfica do rio Paraguai, no Pantanal. No último domingo (13), o rio Paraguai atingiu o nível mais baixo desde 1964, agravando o isolamento de comunidades na Amazônia.

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