Os incêndios que assolam o Pantanal têm deixado um rastro de destruição impactante. Este bioma, considerado uma das maiores extensões úmidas contínuas do planeta, enfrenta uma das suas maiores tragédias ambientais. Em 2024, as chamas já consumiram mais de 677 mil hectares, um número superior ao registrado nos primeiros meses de 2020, que até então tinha sido o ano de maior devastação na área.
A magnitude deste desastre não apenas supera registros anteriores, mas também coloca em risco uma área ainda maior. Especialistas da Universidade Federal do Rio de Janeiro (UFRJ) indicam que, se o controle não for alcançado, os danos podem atingir até 2 milhões de hectares. A dimensão do problema é agravada pela combinação de seca prolongada e altas temperaturas, fatores que estão presentes na região desde 2019, com uma breve pausa em 2023.
O que explica a dimensão dos incêndios no Pantanal?
Segundo análises realizadas pelo Laboratório de Aplicações de Satélites Ambientais da UFRJ, a causa principal dos incêndios é, lamentavelmente, a atividade humana. Apesar de fenômenos naturais como raios serem conhecidos por também iniciarem focos de incêndio, o estudo aponta que no Pantanal as ocorrências têm origem predominantemente nas ações das pessoas. Este dado ressalta a importância vital de investir em educação ambiental e implementar políticas eficazes de fiscalização.
O Pantanal é um ecossistema de rica biodiversidade, abrigando espécies únicas que já estão sentindo o impacto brutal dos incêndios. A perda de habitat é imensa, com consequências possivelmente irreversíveis para a flora e fauna locais. Especialistas alertam para riscos de extinção de certas espécies e desequilíbrio ecológico que pode afetar a biodiversidade por décadas.
Medidas indispensáveis
O SOS Pantanal, juntamente com vozes acadêmicas como a LASA/UFRJ, tem enfatizado a necessidade urgente de medidas mais eficazes para combater e prevenir novos incêndios. Dessa forma, com o comprometimento e o apoio de políticas públicas robustas, ainda há esperança de salvaguardar e recuperar um dos tesouros naturais do Brasil.
*texto sob supervisão de Tomaz Belluomini