Força-tarefa prende mais acusados de participação no assassinato de delator do PCC

Eles estariam ligados ao esquema da facção para proteger a fuga dos executores do assassinato do empresário no aeroporto de Guarulhos

7 dez 2024 - 14h17
Policiais da Rota participaram na sexta-feira das prisões de Allan e de Marcos, os dois primeiros detidos levados à sede do DHPP
Policiais da Rota participaram na sexta-feira das prisões de Allan e de Marcos, os dois primeiros detidos levados à sede do DHPP
Foto: Daniel Teixeira / Estadão

A Polícia Civil prendeu mais dois acusados de participação no assassinato do empresário Antonio Vinicius Lopes Gritzbach, o delator do Primeiro Comando da capital (PCC) fuzilado na área de desembarque do aeroporto de Guarulhos, na Grande São Paulo. O crime aconteceu no dia 8 de novembro. Agora, já são três os acusados detidos pela força-tarefa montada para apurar o caso. Gritzbach foi atingido por dez tiros. Uma bala perdida matou o motorista de aplicativo Celso Araújo Sampaio de Novais.

Na tarde de sexta-feira, dia 6, os policiais haviam detido o estudante de direito Marcos Henriques Soares Brito, de 23 anos, em sua casa. Com o acusado foram encontradas 110 munições de fuzis de calibre 7,62 mm e 5,56 mm. Elas estavam na motocicleta do acusado e em um carro que seria de propriedade de seu tio, Allan Pereira Soares, de 44 anos.

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Os dois foram levados para o Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP) sob a acusação do porte ilegal das munições e acabaram autuados em flagrante. Ambos afirmaram ser inocentes. A polícia desconfiava que Marcos tivesse sido o responsável por dar fuga para Kauê do Amaral Coelho, de 29 anos. Coelho é apontado pela polícia como o olheiro que, de dentro do aeroporto, indicou quem era Gritzbach para os executores que aguardam o empresário do lado de fora.

Ele teria se refugiado depois do crime no Complexo do Alemão, no Rio, de onde foi obrigado a sair por ordem de traficantes da região, que temiam ver seus negócios atrapalhados por operações policiais para prender o suspeito. Quem teria trazido o acusado de volta a São Paulo teria sido o irmão de Marcos, Mateus Soares Brito, que acabou detido na madrugada de sábado pelos policiais do DHPP em companhia de um casal de cariocas.

Imagem feita por câmeras de segurança mostra Kauê Coelho dentro do saguão de Cumbica no dia da morte do delator do PCC
Foto: Polícia Civil

De acordo com investigadores do caso, o casal seria amigo de Mateus e estava hospedado na casa de Allan, tio de Marcos e de Mateus. Eles deviam ser libertados ainda na manhã deste sábado, dia 7.

Já Mateus teve a prisão temporária pedida pelo DHPP. Ao depor, o acusado teria confessado que auxiliou Kauê na fuga por ter recebido essa missão do PCC. Ele disse ser integrante da facção e teria comprado telefones celulares para ajudar o comparsa. Ao todo, sete aparelhos telefônicos foram apreendidos pela força-tarefa. Além disso, a polícia concluiu que o telefone celular dele esteve ligado a uma Estação Rádio-Base na região do aeroporto de Cumbica, no dia 8 de novembro, uma hora antes do crime, o que poderia indicar uma participação direta no delito. A reportagem não conseguiu localizar a defesa de Mateus.

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Além dele Kauê, que foi flagrado por câmeras dentro do aeroporto e contra o qual existe uma recompensa de R$ 50 mil por informações que levam à sua captura, a polícia também procura Matheus Augusto de Castro Mota, um comerciante de carros suspeito de fornecer os dois veículos usados pelos executores do crime. A reportagem não conseguiu localizar a defesa do suspeito.

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