Os relatos de exaustão de trabalhadores submetidos à escala 6×1 têm chamado a atenção de grande parte dos brasileiros. O que antes era considerado um regime "normal" - um dia de descanso para cada seis trabalhados - agora é visto como algo absurdo e inaceitável. A ampla repercussão sobre o tema trouxe à tona denúncias de condições ainda mais severas, incluindo manipulação de banco de horas, violações de direitos trabalhistas e a suposta conivência de sindicatos com empregadores.
Entre os casos denunciados estão os dos funcionários da Companhia Zaffari, uma das maiores redes de varejo de alimentos do Brasil e empresa tradicional no Rio Grande do Sul. Seis dias consecutivos de trabalho já soam abusivos, mas imagine oito, nove, dez ou mais. Pior ainda é enfrentar jornadas extras obrigatórias em todos os finais de semana, sem qualquer compensação financeira adequada.
Essa seria a realidade de muitos dos 12.500 colaboradores da Companhia Zaffari, cujo salário líquido médio gira em torno de R$ 1.200, conforme relato. Enquanto isso, a empresa, a 12ª maior rede de hipermercados do país, alcançou um faturamento de R$ 7,6 bilhões em 2023.
