Gaza: 90% das crianças padecem de insegurança alimentar, diz relatório

O Programa Mundial de Alimentos (PMA) relatou que, desde o início de outubro, nenhum suprimento alimentar conseguiu entrar no norte do enclave

12 out 2024 - 19h29

A crise humanitária na Faixa de Gaza continua a se agravar, com um impacto devastador sobre a população local. Conforme relatórios recentes da Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PRCS), 90% das crianças na região estão enfrentando pobreza alimentar, uma situação crítica que persiste sem uma solução à vista. O Programa Mundial de Alimentos (PMA) relatou que, desde o início de outubro, nenhum suprimento alimentar conseguiu entrar no norte de Gaza, colocando em risco de fome cerca de 1 milhão de pessoas.

Crianças em Gaza
Crianças em Gaza
Foto: depositphotos.com / federiconeri / Perfil Brasil

Um relatório divulgado pelo PMA indicou que a ajuda humanitária que chega a Gaza atingiu o seu nível mais baixo em meses, forçando a interrupção da distribuição de pacotes de alimentos. Esta escassez nasce em meio a uma operação militar israelense em andamento no norte da Faixa de Gaza, aumentando ainda mais a tensão e o sofrimento da população local. A CNN tentou obter comentários das autoridades israelenses sobre essa situação de escassez alimentar, mas até o momento não recebeu nenhuma resposta oficial.

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Operação militar israelense em Gaza

Os militares israelenses estão conduzindo operações intensas na região, após discussões sobre possíveis cercos para enfraquecer o Hamas. Embora haja relatos de que o primeiro-ministro Benjamin Netanyahu esteja analisando opções para sitiar a área, nenhuma proposta oficial foi confirmada. O plano, atribuído ao general aposentado Giora Eiland, não foi formalmente adotado pelo gabinete israelense, mas as ações militares continuam levando a uma situação humanitária cada vez mais crítica.

Desde o ano passado, Israel vem realizando ataques aéreos constantes na Faixa de Gaza. Esses ataques sucedem a invasões atribuídas ao Hamas, que resultaram na morte de 1.200 pessoas, conforme relatado pelas autoridades israelenses. Além disso, o grupo mantém reféns, aumentando a complexidade do conflito. O Hamas não reconhece o Estado de Israel e reivindica o território para a Palestina, tornando qualquer resolução diplomática extremamente desafiadora.

Repercussões internacionais

A comunidade internacional, incluindo a ONU e várias instituições humanitárias, alertou para as condições catastróficas na Faixa de Gaza. A escassez de alimentos, medicamentos e a propagação de doenças são apenas alguns dos problemas enfrentados pela população local. A pressão é crescente para que se busque uma solução pacífica e humanitária para o impasse, mas as divergências políticas internas e internacionais complicam essa questão.

Enquanto isso, a situação permanece volátil, com relatos de protestos em Israel contra a gestão de Netanyahu, especialmente devido à falta de progressos em acordos de cessar-fogo e a libertação de reféns. O cenário continua a se desdobrar de maneira imprevisível, com consequências significativas para a estabilidade regional e para a vida das pessoas diretamente afetadas pelo conflito.

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