Eduardo Bolsonaro e governistas comemoram condenação de Lula

Sessão na Câmara é interrompida por Eduardo Bolsonaro, que ironiza sentença contra ex-presidente

7 fev 2019 - 01h00
(atualizado às 07h53)

BRASÍLIA - Eleito na esteira do antipetismo, o deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP), filho do presidente Jair Bolsonaro, comemorou nesta quarta-feira, 6, a segunda condenação de Luiz Inácio Lula da Silva. Ele interrompeu a fala do deputado Henrique Fontana (PT-RS), que discursava na tribuna da Câmara, para divulgar a notícia da nova sentença e ironizar suspeitas envolvendo seu irmão, o senador Flávio Bolsonaro (PSL-RJ).

Lula foi condenado a 12 anos e 11 meses de prisão no caso do sítio de Atibaia (SP), na segunda sentença relacionada à Operação Lava Jato.

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"O petista falou, mas hoje é um dia triste para ele. Lula acaba de ser condenado a 12 anos de cadeia. Lavagem de capitais e corrupção. E quem lidera a lista do Coaf é petista, deputado estadual do seu partido", afirmou Eduardo Bolsonaro, em referência ao novo presidente da Assembleia Legislativa do Rio de Janeiro, deputado André Ceciliano (PT-RJ).

Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, onde comemorou a nova condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Deputado Eduardo Bolsonaro (PSL-SP) no plenário da Câmara dos Deputados, em Brasília, onde comemorou a nova condenação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva
Foto: DIDA SAMPAIO / Estadão

A fala de Eduardo mobilizou os parlamentares. Enquanto uma parte aplaudiu, outra vaiou. "Já dizia Cid Gomes: 'Lula tá preso, babaca'", disse o filho de Bolsonaro, continuando as provocações. Fontana tentou retrucar, mas seu microfone já estava desligado. Eduardo, porém, saiu em seguida.

Horas depois, foi a vez de a presidente nacional do PT, deputada Gleisi Hoffmann (PR), se manifestar sobre o caso. Ela criticou a nova condenação e a juíza substituta que assumiu os casos da Lava Jato em Curitiba, Gabriela Hardt. Disse ainda que Sérgio Moro, ex-titular do caso e agora ministro da Justiça de Bolsonaro, fez "o serviço sujo" na prisão de Lula.

"Sabe por que condenaram Lula? Para impedir que ele fosse presidente da República. Isso foi o serviço sujo do senhor Sérgio Moro. Tirar Lula do caminho para que a extrema-direita pudesse chegar", declarou Gleisi. "Esses que vêm aqui comemorar são túmulos caiados. Brancos por fora, brancos por dentro. Tem de vir explicar aqui o laranjal da família Bolsonaro. Por que Flávio Bolsonaro não responde às acusações?", afirmou. "Esses que vêm pregar o fim do PT não conhecem a história."

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O líder do PT no Senado, Humberto Costa (PE), também criticou a condenação. "É lamentável. Eu vejo com muita tristeza que no Brasil exista uma parte do Poder Judiciário que não está preocupada em promover justiça, que condena sem provas, que faz uma verdadeira perseguição política", disse o senador petista.

Vice-presidente

O vice-presidente da República, Hamilton Mourão, disse ver como "triste" a nova condenação do ex-presidente. "Coitado do Lula. Infelizmente, não soube distinguir o público do privado. É triste", afirmou Mourão ao ser questionado sobre o caso.

Já o governador de São Paulo, João Doria (PSDB), parabenizou a juíza Gabriela Hardt no Twitter. "Parabéns à juíza Gabriela Hardt. Lula continuará preso com mais esta condenação e não sairá tão cedo da cadeia. A Lava Jato segue em boas mãos!", escreveu o governador paulista em sua conta oficial.

A deputada Joice Hasselmann (PSL-SP) também usou as redes sociais para comemorar. Ela publicou um vídeo em seu perfil. "É um Brasil novo, diferente, onde o poder político não se dobra", afirmou a parlamentar. / COLABOROU CARLA BRIDI

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