O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva viu com "grande satisfação" o acordo entre Israel e Hamas para um cessa-fogo em Gaza e fez um apelo para que ele seja respeitado pelas partes.
"O governo brasileiro tomou conhecimento, com grande satisfação, do anúncio, pelos governos do Catar, do Egito e dos Estados Unidos, de cessar-fogo na Faixa de Gaza", disse o Ministério das Relações Exteriores em nota publicada na noite desta quarta-feira.
O Itamaraty afirmou que, se for confirmado por Israel e pelo Hamas, o acordo vai interromper um conflito que causou a morte de mais de 46 mil palestinos e 1.200 israelenses, o deslocamento forçado de centenas de milhares de pessoas e a destruição da infraestrutura do território palestino, gerando ainda "danos indiretos incalculáveis para gerações atuais e futuras".
"O Brasil exorta as partes envolvidas a respeitarem os termos do acordo e a garantirem a cessação permanente das hostilidades, a libertação de todos os reféns e a entrada desimpedida de ajuda humanitária a Gaza, assim como a assegurarem as condições necessárias para o início do urgente processo de reconstrução de sua infraestrutura civil", disse a nota.
Lula tem sido um contínuo crítico da guerra e por várias vezes censurou as ações militares de Israel em Gaza, que causaram a morte de milhares de palestinos, chegando a gerar um mal-estar com o governo israelense.
Em uma publicação na rede social X, Lula afirmou nesta quarta-feira que a notícia do cessar-fogo "traz esperança".
"Que a interrupção dos conflitos e a libertação dos reféns ajudem a construir uma solução duradoura que traga paz e estabilidade a todo Oriente Médio", escreveu.
Nesta quarta-feira, negociadores chegaram a um acordo em fases para acabar com a guerra em Gaza entre Israel e Hamas, disseram os EUA e o Catar.
O complexo acordo prevê uma fase inicial de cessar-fogo de seis semanas e inclui a retirada gradual das forças israelenses da Faixa de Gaza, além da libertação de reféns feitos pelo Hamas em troca de prisioneiros palestinos mantidos por Israel.
Segundo o primeiro-ministro do Catar, xeique Mohammed bin Abdulrahman Al Thani, o cessar-fogo entrará em vigor no domingo.
No comunicado, o Itamaraty reafirmou o compromisso do Brasil com "a solução de dois Estados, com um Estado da Palestina independente e viável, vivendo lado a lado com Israel, em paz e segurança, dentro das fronteiras de 1967, que inclui a Faixa de Gaza e a Cisjordânia, tendo Jerusalém Oriental como sua capital".