Na tarde de terça-feira (7/1), Sandra Silva de Carvalho, uma mulher negra, relatou ter sido acusada injustamente de roubo por um segurança na loja Casa e Vídeo, situada na Rua Figueiredo Magalhães, em Copacabana, Rio de Janeiro. Após efetuar uma compra e realizar o pagamento via Pix, Sandra foi abordada ao sair do estabelecimento, sendo compelida a esvaziar sua bolsa diante de outros clientes.
Vídeo viralizou!
O incidente foi registrado por testemunhas e amplamente compartilhado nas redes sociais, gerando indignação. Nas imagens, Sandra aparece visivelmente abalada, com seus pertences espalhados pelo chão, enquanto expressa sua revolta: "Não preciso roubar nada de ninguém não, eu trabalho. Eu não preciso não. Quem me acusou foi esse cidadão aí, me acusando de roubo."
Polícia investiga o caso
Posteriormente, Sandra Silva registrou um boletim de ocorrência na 12ª Delegacia de Polícia (Copacabana) por constrangimento ilegal. A Polícia Civil informou que o caso foi encaminhado para a Delegacia de Crimes Raciais e Delitos de Intolerância (Decradi), que investigará o episódio sob a perspectiva de crime de racismo. Sandra desabafou sobre a discriminação sofrida: "Isso é uma coisa muito abusiva. Porque nós somos de cor, eles acham que nós negros somos ladrões."
Este incidente ressalta a persistência de práticas discriminatórias em estabelecimentos comerciais e reforça a necessidade de medidas efetivas para combater o racismo estrutural na sociedade brasileira.
Veja o momento da abordagem:
CASO DE RACISMO EM COPACABANA🚨
Recebemos um relato de um caso de racismo na @casaevideoreal da Figueiredo Magalhães, em Copacabana. A senhora Sandra que é moradora do Morro do Cantagalo, foi acusada injustamente de roubo por um segurança da loja, apenas por guardar o próprio… pic.twitter.com/pDQSigwU8n
— Voz das Comunidades (@vozdacomunidade) January 7, 2025
O segurança pode responder a processo?
Sim, o segurança pode ser processado caso acuse injustamente alguém de racismo. Dependendo das circunstâncias, ele pode responder por injúria racial ou racismo, crimes previstos na legislação brasileira, com penas que incluem reclusão e multa. Além disso, a vítima pode entrar com uma ação civil por danos morais contra o segurança e a empresa, alegando constrangimento e humilhação. Se houver revista ou exposição indevida, também pode ser configurado constrangimento ilegal. A empresa pode ser responsabilizada, já que responde pelos atos de seus funcionários no exercício de suas funções. É fundamental que a vítima registre um boletim de ocorrência, reúna provas e procure orientação jurídica para garantir seus direitos.