A ativista do clima Greta Thunberg, que inspirou milhões de pessoas em todo o mundo ao iniciar as greves pelo clima que se tornaram um fenômeno global, rejeitou nesta terça-feira (29/10) um prêmio por seu papel em defesa do meio ambiente oferecido pelo Conselho Nórdico, um grupo que reúne os governos dos países do norte da Europa.
Em mensagem divulgada em seu perfil no Instagram, Greta agradeceu a premiação, antes de dispensá-la. "É uma enorme honra. Mas, o clima não precisa de mais premiações", afirmou Greta em uma nota que também foi lida por ativistas na cerimônia de premiação em Estocolmo. "O que precisamos é que nossos governantes e políticos escutem as melhores pesquisas científicas atuais", disse a jovem, que se encontra atualmente na Califórnia.
Fundado em 1952, o Conselho Nórdico - que reúne os cinco grandes países do norte da Europa (Dinamarca, Finlândia, Islândia, Noruega, Suécia) e representantes das regiões autônomas dinamarquesas Groenlândia e ilhas Faroé, e do arquipélago Aland, da Finlândia - entrega anualmente prêmios de 350 mil coroas dinamarquesas (em torno de 46 mil euros) para personalidades das áreas da literatura, cinema, música e meio ambiente.
Greta, que chegou a ser nomeada para o Prêmio Nobel da Paz, já havia se recusado no ano passado a receber o Prêmio Infantil sobre o Clima, concedido por uma empresa de energia sueca, por que os finalistas teriam de viajar de avião até Estocolmo para participar da cerimônia.
A jovem de 16 defende que os voos contribuem para o aquecimento global, motivo pelo qual realizou uma viagem de duas semanas pelo Oceano Atlântico, de Plymouth, no Reino Unido, até Nova York, em um "veleiro sustentável" que não emite gases poluidores. Ela viajou para os Estados Unidos para participar de eventos relacionados ao clima, inclusive uma conferência da ONU com líderes internacionais, onde fez um discurso inflamado pedindo medidas concretas em defesa do meio ambiente.
"Vocês vêm até nós em busca de esperança. Como se atrevem?", questionou Greta aos participantes da conferência. "Vocês roubaram meus sonhos e minha infância com suas palavras vazias, e ainda assim eu sou uma das que têm sorte", disse. "Pessoas estão sofrendo. Pessoas estão morrendo."
Semanas mais tarde, ela recebeu a premiação Right Livelihood Award de 2019, também conhecida como o "Prêmio Nobel Alternativo", dividindo a honraria com o líder dos yanomani Davi Kopenawa, além da ativista marroquina Aminatou Haidar e da advogada chinesa Guo Jianmei.
Em setembro, a ativista foi agraciada com o prêmio Embaixador da Consciência, concedido pela ONG Anistia Internacional, por sua "liderança e coragem únicas na defesa dos direitos humanos".
RC/ap/dpa
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