Luiz Augusto, de 18 anos, foi espancado por um guarda municipal fardado e armado, em Itapetinga, no interior da Bahia, após uma discussão com o filho dele. O episódio aconteceu em 12 de julho de 2022, quando Luiz se desentendeu com o adolescente de 15 anos.
Logo depois do desentendimento, Luiz Augusto disse à polícia que estava com outros seis amigos em frente a rodoviária de Itapetinga, quando o pai do adolestencente de 15 anos, que é guarda municipal, chegou com o filho em um carro particular atirando.
“Dentro do carro mesmo ele apontou a arma. Ele não chegou a colocar a arma para cima nem nada. Foi na nossa direção que ele atirou mesmo”, declarou Luiz Augusto dos Santos em depoimento à polícia.
Uma parte da cena foi gravada e o vídeo está sendo utilizado como principal prova contra os agressores. Apesar dos tiros ninguém se feriu.
Ainda de acordo com o depoimento dos jovens, mais dois amigos do adolescente chegaram em motos e se juntaram aos agressores. Neste momento, Luiz e os amigos foram obrigados a colocar as mãos na cabeça, e Luiz foi forçado a sentar no banco do ponto de ônibus.
“Eles estavam na minha frente com a arma na mão e eu não podia fazer nada. Até cheguei a pedir desculpa a ele por causa do medo que eu fiquei e ele não parava de bater”, disse Luiz Augusto.
As vítimas contaram que em seguida, uma viatura da Guarda Municipal com cinco agentes chegou ao local. A partir de então, as cenas de horror passaram a ser gravadas por um dos rapazes que chegaram de moto.
O vídeo mostra os seis jovens rendidos e Luiz Augusto cercado no banco do ponto de ônibus pelo pai do adolescente e guarda municipal Marcos dos Santos Silva, que estava trabalhando naquela noite. Nas imagens, Marcos aparece armado e dando tapas no rosto do rapaz. Os outros guardas municipais que chegaram na viatura, presenciaram tudo e não fizeram nada para impedir as agressões.
Os jovens também declararam para polícia que foram levados à força para a delegacia da cidade. No local, os responsáveis pelos adolescentes foram chamados pelos agentes.
“Quando eu cheguei lá, vi meu filho com a orelha sangrando e o rosto vermelho. Eu perguntei assim: ‘O que foi isso, Gabriel?’ e Gabriel: ‘Mainha, foi o guarda que me bateu’. De revolta, que aquilo ali a gente não faz nem com um animal”, declarou Sandra Santos Costa, mãe dos adolescentes Gabriel e Gustavo.
Em sua defesa, o pai do adolelescente e guarda municipal Marcos Silva disse que Luiz e os seus amigos teriam ameaçado o filho dele. Marcos está sendo investigado e foi indiciado por lesão corporal, injúria, ameaça e violência arbitrária.