O ministro da Economia, Paulo Guedes, não pediu demissão do cargo, informaram duas fontes da pasta com conhecimento direto do assunto. Uma das fontes destacou que o ministro "sabe sua responsabilidade" e que sua permanência é aval importante para economia não sair do trilho. A mesma fonte pontuou que o presidente Jair Bolsonaro segue apoiando a condução do ministério por Guedes.
Boatos em torno da saída do ministro mexiam com os preços dos ativos nesta manhã, guiando a alta do dólar e a queda da bolsa. Mais cedo, o ministro cancelou participação que faria em evento da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) nesta sexta-feira, 22, conforme assessoria de imprensa da entidade, o que ajudou a alimentar os rumores.
As atenções se voltavam em peso para como ficará o comando do Ministério da Economia após o anúncio na véspera do pedido de exoneração do secretário especial do Tesouro e Orçamento, Bruno Funchal, e do secretário do Tesouro Nacional, Jeferson Bittencourt, bem como de seus adjuntos.
As saídas marcam nova rodada de baixas na equipe econômica em meio à sinalização do governo de que irá contornar a regra do teto de gastos para colocar de pé um novo Bolsa Família mais robusto.
Segundo uma das fontes ouvidas pela Reuters, Guedes deverá indicar seu assessor especial Esteves Colnago para o posto de Funchal. A segunda fonte ponderou que Colnago é visto como "excelente nome".
O líder do governo no Senado, Fernando Bezerra (MDB-PE), disse à Reuters que Guedes permanece no cargo e que terá força política para se manter no posto, a despeito das mudanças nos quadros da Economia.
Bezerra negou que a debandada dos auxiliares do ministro dificulte ainda mais o trabalho.
"Temos excelentes técnicos que poderão dar sequência ao trabalho. Muito exagero nas reações. A arrecadação é recorde, o déficit público está em trajetória descendente e a dívida pública caminha para a estabilização", disse.