Dois dias após demitir a presidente da Caixa, Rita Serrano, para acomodar um homem indicado pelo presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), o presidente Lula (PT) disse que nem sempre os partidos com os quais faz acordo político “têm uma mulher para indicar”. A fala se deu em um café da manhã para jornalistas de diversos veículos, entre eles o Terra.
A primeira-dama, Janja da Silva, estava presente, ao lado do presidente, durante as falas. Ela é defensora dos direitos das mulheres e participou do lançamento de um programa do governo contra misoginia na quarta, 25, dia da demissão de Rita.
“Eu lamento profundamente não poder indicar mais mulheres do que homens no governo. Acontece, que quando você estabelece uma aliança com um partido político, nem sempre esse partido tem uma mulher para indicar. Mas isso não quer dizer que eu não possa tirar homens e colocar mulheres. Ainda posso trocar muita gente”, disse Lula.
Lula disse que pediu um “esforço” para que fossem indicadas mulheres pelos partidos. Dos 38 ministérios, apenas 9 são ocupados por mulheres. São eles:
- Saúde - Nisia Trindade
- Planejamento e Orçamento - Simone Tebet
- Gestão - Esther Dweck
- Ciência e Tecnologia - Luciana Santos
- Mulher - Cida Gonçalves
- Meio Ambiente - Marina Silva
- Povos Indigenas - Sonia Guajajara
- Igualdade Racial - Anielle Franco
- Cultura - Margareth Menezes
“Só temos 10 meses de mandato, ainda posso trocar muito mais gente. Vai ter mulher no governo em outros cargos, é uma disposição política minha”, afirmou.
Nas negociações com partidos como PP e Republicanos, Lula cedeu espaço de mulheres para acomodar acordos políticos. A multicampeã e ícone do vôlei, Ana Moser, foi demitida do Ministério do Esporte para acomodar o deputado André Fufuca (PP-MA). Outra troca foi a de Daniela Carneiro, tirada do Ministério do Turismo para acomodar aliados do União Brasil. Outro homem, o deputado Celso Sabino (União Brasil-PA), assumiu a função.