Deputados da oposição protestaram, nesta terça-feira, 30, contra a presença do presidente venezuelano Nicolás Maduro. O chefe de Estado vizinho cumpre agenda com o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e outros nove representantes de países da América do Sul.
Sob gritos de "assassino", parlamentares empunhavam cartazes com a palavra "Procurado" acima da imagem de Maduro. Apesar da movimentação, o protesto foi interrompido pelo presidente da sessão, deputado Lúcio Mosquini (MDB-RO), que chamou a atenção dos parlamentares.
Em seguida, foi retomada a discussão sobre o projeto do Marco Temporal, que discute a demarcação das terras indígenas. O projeto será votado nesta terça.
Maduro e seu governo são acusados, pela Organização das Nações Unidas (ONU), de crimes contra a humanidade e de repressão violenta a opositores. A lista de métodos adotados pelo governo inclui, segundo órgãos de defesa dos direitos humanos, execuções, sequestros, estupros e prisão de opositores (veja aqui as acusações contra Maduro).
Maduro veio ao Brasil após oito anos e quatro meses sem pisar em solo brasileiro. Na segunda-feira, 29, ele subiu a rampa do Palácio do Planalto para uma reunião bilateral com Lula, na qual trataram da normalização das relações.
Após o encontro, Lula chegou a defender a aproximação com a Venezuela e chamou de "narrativas" as acusações de autoritarismo que pesam contra Maduro. A declaração foi reprovada pelos presidentes do Uruguai, Luis Lacalle Pou, e do Chile, Gabriel Boric.