Caso das Joias: pai de Cid passou US$ 25 mil em espécie para Bolsonaro, diz PF

Informação consta no relatório da Polícia Federal sobre o caso; ex-presidente é alvo de investigação e nega irregularidades.

8 jul 2024 - 15h20
(atualizado às 20h28)
PF vê crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro; Bolsonaro nega crimes
PF vê crimes de peculato, associação criminosa e lavagem de dinheiro; Bolsonaro nega crimes
Foto: Mais Goiás

A investigação da Polícia Federal (PF) sobre o caso das joias sauditas constatou que o pai do tenente-coronel Mauro Cid, o general Mauro Cesar Lourena Cid, recebeu US$ 25 mil (cerca de R$ 137,5 mil) em nome do Jair Bolsonaro (PL) e repassou o valor em espécie para o ex-presidente.

A informação consta no relatório da PF, que pediu o indiciamento de Bolsonaro e mais 11 pessoas por peculato (apropriação de bens públicos), lavagem de dinheiro e associação criminosa. Bolsonaro nega irregularidades sobre o caso. A coluna procura o general Mauro Cesar Lourena Cid para se manifestar sobre o caso. O espaço está aberto ao posicionamento do general.

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Segundo a PF, a intenção de remeter o dinheiro a BOlsonaro teve a intenção “deliberada” de “não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal”.

“A investigação identificou que MAURO CESAR LOURENA CID, pai de MAURO CID, a época dos fatos, lotado na agência de APEX em Miami, recebeu, em nome e em benefício de JAIR MESSIAS BOLSONARO, pelo menos 25 mil dólares, que teriam sido repassados em espécie para o ex-Presidente, visando, de forma deliberada, não passar pelos mecanismos de controle e pelo sistema financeiro formal”, informou o relatório.

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes determinou nesta segunda, 8, que a Procuradoria-Geral da República (PGR) analise o relatório da Polícia Federal que pediu o indiciamento do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL). A PGR tem 15 dias para analisar o material.

A fase de indiciamento é quando a polícia (Polícia Federal neste caso) identifica que há elementos de crime. A investigação aponta que Bolsonaro praticou os seguintes crimes: peculato (apropriação de bens públicos), associação criminosa e lavagem de dinheiro. Bolsonaro nega irregularidades e diz que há perseguição contra ele.

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Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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