Com o avanço dos combates entre Israel e o grupo palestino Hamas, o número de pedidos de repatriação feitos à Embaixada do Brasil em Tel Aviv subiu para 2,7 mil, nesta terça-feira, 10. Segundo o Itamaraty, a maior parte dos pedidos é de turistas que estão hospedados em Tel Aviv e Jerusalém. No início da tarde, às 14h12, o primeiro voo da Força Aérea Brasileira (FAB) partiu de Israel de volta ao Brasil trazendo os primeiros 211 repatriados. A previsão é de que o voo com duração 14h chegue na Base Aérea de Brasília às 4h de quarta-feira, 11.
Informações apuradas pela coluna, com base em análises internas do Itamaraty indicam que pelo menos 40 brasileiros residem em Gaza, dos quais 25 tinham manifestado intenção de serem evacuados. A retirada desses brasileiros é mais complexa, já que Israel fechou as fronteiras com Gaza. A alternativa seria deixar a região rumo ao Egito, onde também há bloqueios, bombardeios e dificuldade de acesso. Os dados recebidos pela coluna eram de segunda-feira, 9, e o número de pedidos pode ser maior nesta terça.
O Itamaraty calcula que exista cerca de 14 mil brasileiros residentes em Israel e 6 mil brasileiros na Palestina (somando Gaza e Cisjordânia).
Há outras duas aeronaves em viagem para buscar brasileiros que estão em meio aos conflitos. Um KC-30, mesmo modelo da aeronave que retorna ao Brasil, partiu nesta segunda, 9, cuja expectativa é de que deixe Tel Aviv amanhã. E o terceiro avião, um KC-390 Millennium com 60 lugares, decolou de Brasília nesta terça, 10.
Ao todo, o governo disponibilizou seis aeronaves para operação, sendo quatro da Força Aérea e duas de uso da Presidência da República. A operação é coordenada pelo Ministério da Defesa e o Ministério das Relações Exteriores.
Nesta terça, o presidente Lula (PT) conversou por telefone com o presidente do Chile, Gabriel Boric. Segundo nota divulgada pela Presidência, eles "reafirmaram as boas relações entre os dois países e falaram sobre a conjuntura da América do Sul. Lula e Boric também conversaram sobre a atual situação em Israel e na Palestina, e suas consequências trágicas para a população civil".
Ataque surpresa
No último sábado, 8, o grupo Hamas, que controla Gaza realizou o ataque mais mortal contra Israel em décadas, deixando cerca de 900 mortos. Homens armados do grupo usaram explosivos para romper as barreiras que circundam Gaza. Um dos alvos do ataque foi uma festa onde ao menos 260 pessoas foram assassinadas. Centenas de israelenses, entre crianças, mulheres e idosos foram levados pelo grupo como refém. Em resposta, Israel declarou guerra e despejou milhares de bombas sobre a Faixa de Gaza. O número de mortos somados já passa de 1,5 mil.