Parlamentares da base do governo Lula consideram que o ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal (PRF) Silvinei Vasques mentiu durante o depoimento da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) do dia 08 de janeiro e vão acionar o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) e a PRF para confrontar suas falas.
A avaliação de dois parlamentares governistas é de que Silvinei teve ajuda do presidente da CPMI, Arthur Maia (União Brasil-BA). Quando a relatora Eliziane Gama (PSD-MA) confrontou as falas de Vasques sobre ele saber ou não de processos administrativos contra ele, ele negou. Maia tomou a palavra e pediu para Vasques retificar sua fala, justificando que foi um mal entendido entre o que foi perguntado e o que ele respondeu.
Em entrevista à coluna, no final da tarde desta terça-feira, 20, a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), disse que Vasques “mentiu” ao colegiado e poderia ter sido alvo de prisão.
“Eliziane caracterizou que ele fez uma mentira, e a CPMI não tomou uma medida. De qualquer maneira vamos provar a mentira. Ele diz que não foi intimado pelo ministro Alexandre de Moraes e foi, vamos oficiar o TSE; os dados da PRF que ele contrapôs são nítidos; da mesma forma que dados de captura de armas e drogas no Nordeste”, disse Feghali.
O que governistas querem confrontar:
- A intimação de Silvinei pelo ministro do TSE Alexandre de Moraes
- Dados da PRF sobre bloqueios no dia das eleições
- Dados da PRF sobre apreensão de armas e drogas no Nordeste
- Quebrar os sigilos da Combat Armor no Brasil para saber se ele foi empregado ou não pela empresa que firmou contratos milionários com a PRF durante sua gestão
“A depender do que se comprove, a gente pode trazê-lo de volta como investigado e tomar uma medida mais dura, e já ir comprovando a participação dele no golpe”, disse.
Homem de confiança do clã Bolsonaro, Silvinei foi defendido na tribuna do plenário por Flávio Bolsonaro (PL-RJ). Flávio acompanhou a audiência, assim como seu irmão e deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP). O senador considerou que Silvinei derrubou a “narrativa” de que a PRF pudesse ter sido usada para atrapalhar as eleições.
Este foi o primeiro depoimento da CPMI. Vasques foi ouvido na condição de testemunha. Durante a audiência, houve bate boca entre os parlamentares.