Dólar fecha em alta, a R$ 5,40, após derrota do governo no Congresso, falas de Lula e FED

Nesta terça, presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu parte de MP sobre créditos tributários.

12 jun 2024 - 13h53
(atualizado às 17h48)
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula (PT)
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e o presidente Lula (PT)
Foto: CartaCapital

A cotação do dólar à vista fechou em R$ 5,40 nesta quarta, 12, na quarta alta seguida. A percepção de fontes no mercado ouvidas pela coluna é de que o aumento nesta quarta é reflexo da derrota da Fazenda no Congresso com a MP do PIS/Cofins e do enfraquecimento político para avançar com medidas para cumprir as metas previstas no arcabouço fiscal.

Outro fator que explica a alta da moeda americana foi a decisão do Federal Reserve de manter os juros americanos na faixa de 5,25% a 5,50%, maior nível desde 2001. Pesou também uma reação às falas de Lula (PT) pela manhã sobre gastos sociais.

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Em fala de abertura do Fórum de Investimentos Prioridade, no Rio de Janeiro, pela manhã, o presidente disse que não consegue discutir economia sem colocar a questão social na ordem do dia e que o “mercado (financeiro) não é uma entidade abstrata, apartada da política e da sociedade”.

Operadores do mercado financeiro, como bancos, investidores e corretoras, costumeiramente cobram equilíbrio fiscal nas contas públicas. Na noite desta terça, 11, o presidente do Congresso, Rodrigo Pacheco (PSD-MG), devolveu parte da medida provisória (MP) do PIS/Cofins. A medida do Planalto e da Fazenda alterava o uso de créditos fiscais visando compensar a desoneração de 17 setores da economia e municípios de até 156, 2 mil habitantes. Pacheco foi a Lula relatar insatisfação com o texto editado sem consultar os congressistas e o incômodo do setor produtivo com o texto.

A devolução é uma medida política incomum e mostra fragilidade na articulação política do governo. Uma das alternativas à MP, colocada na mesa por senadores e rejeitada pelo governo, foi a liberação de jogos de azar como jogo do bicho, bingo e cassinos

No governo há uma percepção de que a MP era uma alternativa para compensar e cumprir a legislação e ajudaria a conter fraudes fiscais relacionadas ao tema, estimadas em R$ 25 bilhões. Técnicos da Fazenda buscam outras alternativas para arrecadar o montante em torno de R$ 15,8 bilhões neste ano referente à desoneração.

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Na noite desta terça, após a devolução, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que não havia alternativa imediata à proposta da MP.

“O Senado assumiu uma parte da responsabilidade por tentar construir uma solução, pelo que entendi da fala do próprio presidente Rodrigo Pacheco. Vamos colocar a equipe da Receita Federal à disposição do Senado para gente tentar construir uma alternativa”, disse.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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