O governador do Acre, Gladson Cameli (PP), tem depoimento marcado nesta sexta, 25, no processo em que é réu no Superior Tribunal de Justiça (STJ). Ele responde por organização criminosa, lavagem de dinheiro, peculato, corrupção ativa e passiva.
Em maio deste ano, a Corte Especial do STJ tornou réu o governador em decisão unânime a pedido da Procuradoria-Geral da República, mas mantendo-o no cargo. À época, Cameli negou os crimes e, em nota, disse que "a justiça cumpriu o seu papel e agora terei a oportunidade de me defender e provar minha inocência e idoneidade. Essa foi a primeira vez que estou sendo oficialmente ouvido, sigo confiando na justiça".
Entenda o caso
Segundo a PGR considera que Gladson Cameli exerce o papel de liderança em um suposto esquema de corrupção e desvio de dinheiro em contratos públicos do Acre.
A denúncia recai sobre um contrato da Secretaria de Infraestrutura e Desenvolvimento Urbano do estado com a empresa Murano Construções, em maio de 2019, no primeiro mandato do governador, para manutenção de prédios públicos.
Os investigadores identificaram que, um dia após a assinatura do contrato, a Murano fechou uma parceria com a Rio Negro, administrada por Gledson Cameli, irmão do governador, que teria recebido quase R$ 2 milhões. Para os investigadores, está claro que houve um acerto para a contratação indireta da empresa do irmão do governador e uma tentativa de ocultar sua participação para não chamar atenção de órgãos de investigação e controle.
Uma das provas consideradas centrais no inquérito é a compra de um apartamento, avaliado em R$ 6 milhões, no bairro dos Jardins, em São Paulo. O imóvel é apontado como pagamento de propina.
Para a ministra Nancy Andrighi, relatora do caso, há "elementos indiciários" de que o governador agiu "dolosamente" e participou de um esquema "sofisticado" de corrupção.
A coluna pediu posicionamento para assessoria do governador por e-mail no início desta quinta, 24. O espaço está aberto à manifestação.
*Com Estadão Conteúdo