O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, rebateu dados apresentados pelo deputado Filipe Barros (PL-PR) sobre as contas públicas dizendo que o déficit do governo Lula (PT) é herança da gestão Jair Bolsonaro (PL). Durante audiência na Câmara, nesta quarta, 22, o congressista destacou que o resultado primário da gestão petista foi pior do que na pandemia e afirmou que as contas públicas estão “completamente descontroladas”.
Durante a fala, o deputado apresentou uma tabela indicando o déficit de R$ 58, 4 bilhões em fevereiro de 2024, o pior já registrado para o mês. O primeiro ano da gestão Lula terminou com déficit (resultado das receitas menos as despesas, sem considerar o pagamento dos juros da dívida pública) de R$ 230,5 bilhões, o equivalente a 2,1% do PIB.
Parte desse resultado se dá em razão do pagamento de R$ 92,3 bilhões de precatórios (dívidas judiciais que o governo precisa pagar) cuja quitação tinha sido adiada na gestão Bolsonaro, e gastos com compensação de recursos a Estados e municípios que tiveram perda de arrecadação de ICMS em 2022. Os dados foram apresentados pelo Tesouro Nacional em janeiro.
Barros disse que o governo prometeu “picanha” e entregou “pepino e abacaxi” para a população pobre.
Haddad respondeu dizendo que as afirmações do parlamentar estavam equivocadas e sugeriu a ele “não trabalhar com fake news”.
“Se nós não estabelecermos a verdade, não vamos andar. É fácil, o senhor vai colocar o vídeo da sua fala nas redes sociais e vai parecer que o senhor ganhou um debate. O senhor perdeu o debate. Foi isso que aconteceu aqui”, disse Haddad.
O ministro disse que Lula é “campeão” de cumprimento de metas fiscais e inflacionárias.
“Os dados que o senhor trouxe estão equivocados, nós pagamos o calote que foi dado aos governadores e aos credores do estado. Estou falando de mais de R$ 130 bilhões de calote que pagamos. O senhor vai botar na conta do presidente Lula?”, disse o ministro.
“Esse déficit não é nosso, o filho é teu, tem que assumir. Tem paternidade. Faz um exame de DNA que você vai saber quem deu o calote”, finalizou Haddad em resposta ao deputado Barros.