O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, vai devolver uma estátua de uma onça dourada à Embaixada da Arábia Saudita. A peça foi entregue na manhã desta segunda-feira, 31, ao ministro brasileiro pelo ministro de Investimento daquele país, Khalid Al Falih, durante reunião para apresentar pontos do Plano de Transição Ecológica do governo brasileiro e saber do interesse dos saudistas a respeito das oportunidades de investimentos a partir do pacote de medidas. A Fazenda informou que não há detalhes sobre o valor da peça e do material que foi feito, já que foi entregue sem nenhuma descrição.
A decisão de Haddad segue uma orientação do secretário da Receita Federal, Robinson Barreirinhas, que recomendou a devolução à embaixada. Em nota, o ministério da Fazenda informou que "como protocolo, a oferta de presentes a autoridades públicas deve ser feita com aviso prévio ao cerimonial do órgão público agraciado".
"Caso o governo saudita queira reenviar o presente, será necessário que sejam cumpridos os trâmites exigidos pela legislação brasileira", informou a Fazenda em nota.
Presentes sauditas a Bolsonaro
Apesar de envolver um presente saudita a uma autoridade brasileira, o caso é diferente da polêmica em torno das joias que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) e a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro receberam.
Segundo reportagens publicadas pelo jornal O Estado de S. Paulo, sob comando de Jair Bolsonaro, o governo tentou trazer ao Brasil, de forma ilegal, joias inicialmente avaliadas em cerca de R$ 16,5 milhões. O valor foi corrigido pela própria Receita Federal para R$ 5 milhões.
Revelações envolvendo os supostos presentes da Arábia Saudita ao ex-presidente e à sua esposa, Michelle Bolsonaro, surgiram desde a publicação da primeira notícia, em 3 de março. A partir das denúncias, a Polícia Federal abriu uma investigação sobre o caso.