As investigações da Polícia Federal (PF) sobre espionagens ilegais na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) apontam que o vereador e filho 02 de Jair Bolsonaro (PL), Carlos Bolsonaro, integra um “núcleo político” de uma organização criminosa “atuante na Abin”. A informação consta no pedido de busca e apreensão feito pela Procuradoria-Geral da República (PGR) feito ao Supremo Tribunal Federal (STF).
“Carlos Bolsonaro é tido pelas investigações policiais como integrante do que é chamado de núcleo político de grupo que é tido como organização criminosa atuante na ABIN - Agência Brasileira de Inteligência, ao tempo em que dirigida pelo hoje Deputado Alexandre Ramagem”, escreveu o PGR, Paulo Gonet, em parecer no dia 25 de janeiro.
Após o pedido da PF e da PGR, o ministro do STF autorizou que fossem cumpridos mandados de busca e apreensão contra Carlos e aliados. Nesta segunda, 29, nove mandados de busca e apreensão em Angra dos Reis/RJ (1), Rio de Janeiro/RJ (5), Brasília/DF (1), Formosa/GO (1) e Salvador/BA (1).
Segundo Gonet, “as investigações apontam para o uso da Agência com vistas a fins políticos estranhos à sua finalidade, envolvendo monitoramento de pessoas específicas, de interesse meramente particular ou político de terceiros. A ABIN terá sido empregada para atividades visando a beneficiar ou a monitorar pessoas específicas de modo ilegal”.
O documento aponta uma troca de mensagem entre o ex-diretor da Abin e aliado da família Bolsonaro, Alexandre Ramagem, com uma assessora de Carlos. Segundo a PGR, a auxiliar de Carlos solicitava ao então diretor-geral da ABIN informações sobre investigações que envolveriam filhos do então presidente Jair Bolsonaro.
Ramagem foi alvo da PF, na mesma investigação, na semana passada. Ele negou irregularidades.
Segue íntegra da mensagem enviada pela assessora de Carlos a Ramagem:
“Bom diaaaa
Tudo bem?
Estou precisando muito de uma ajuda
Delegada PF. Dra. ISABELA MUNIZ FERREIRA –
Delegacia da PF Inquéritos Especiais
Inquéritos: 73.630 / 73.637 (Envolvendo PR e 3 filhos)
Escrivão: Henry Basílio Moura”