O presidente Lula (PT) disse, durante anúncio de medidas emergenciais para o Rio Grande do Sul, que “as coisas têm que funcionar”, senão as instituições, governantes e a democracia perderão credibilidade. A cobrança por eficiência acontece em meio aos esforços do governo federal para auxiliar na recuperação do estado e na divulgação dessas ações para rebater informações falsas e críticas sobre atuação federal.
“As coisas têm que funcionar, senão a gente perde credibilidade. Senão, as pessoas passam a desacreditar nas instituições, na democracia, nos governantes. E o que que vai acontecer? Uma anarquia, ninguém acredita em ninguém, cada um faz o que bem entende até que o mundo se mate”, disse o petista.
No discurso, o presidente citou um acordo feito pela União em novembro para reconstrução de casas atingidas por chuvas em 2023 e que, segundo ele, até então não foram refeitas.
“No Vale do Taquari aconteceu uma enchente em setembro e fizemos um acordo em novembro. Até hoje não saíram as casas. Se for a burocracia, temos que desmontar a burocracia. Não é possível”, disse Lula.
A declaração aconteceu em São Leopoldo (RS), após visita a famílias atingidas pelas chuvas que estão em abrigos. Acompanharam a agenda e o discurso ministros do governo, o governador do estado gaúcho, Eduardo Leite (PSDB), o presidente do Supremo Tribunal Federal, Luís Roberto Barroso, e o vice-presidente do Tribunal de Contas, Vital do Rêgo.
“Muitas vezes, o tempo de pensar do cidadão que está com a responsabilidade de liberar o recurso porque ele é um funcionário estatutário não tem o mesmo tempo do cara que está precisando do dinheiro. E como a gente faz com que as coisas aconteçam? A gente conseguiu fazer nessa reunião do governo em que estava presente todo mundo”, declarou.
O governo anunciou que fará um pagamento via PIX de R$ 5,1 mil para famílias atingidas pelas enchentes, além de benefícios e incentivos para compra de imóveis.
DUrante seu discurso, Lula disse que “noção dos problemas que essas pessoas estão passando” e citou momentos em que enfrentou enchentes com familiares nos anos 1960 e 1970 em São Paulo e São Bernardo dos Campos, quando era operário.
Essa foi a terceira viagem do petista ao estado desde o início da tragédia com as enchentes. Até esta quarta, a Defesa Civil contava 149 mortos e 112 desaparecidos.