O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) convocou os 37 ministros do seu governo para uma reunião nesta quinta-feira, 15, no Palácio do Planalto. Esta pode ser uma das últimas participações da ministra do Turismo, Daniela Carneiro, cuja saída é dada como certa por deputados até semana que vem. A coluna teve acesso às orientações que o Planalto enviou aos ministérios.
Esta reunião, que será a terceira com todos os ministros, deve começar às 10h e, segundo o roteiro enviado pela Presidência, “sem previsão de término, com almoço no Palácio do Planalto”.
A intenção é “que cada ministro(a) direcione sua fala para sua avaliação sobre o momento atual do governo, não apenas de seu ministério; e os desafios de seu ministério para os próximos 6 meses”.
Cada um dos ministros terá “8 minutos de fala, com tolerância de mais 2 minutos” e não é obrigatório o uso de “apresentação ppt [abreviação para exposição em slides]”. A orientação é que a fala “não deve contemplar balanço do realizado pelo ministério até o momento, visto que já fizemos o balanço de 100 dias” e que depois foi atualizado, pela Casa Civil, no final de maio.
Embaraço político
O governo Lula tropeça na articulação. Ainda que o ministro da Secretaria de Relações Institucionais (SRI), Alexandre Padilha, justifique que as pautas prioritárias foram aprovadas, partidos do centrão (como PP, Republicanos, União Brasil), cobram espaços na máquina pública e em ministérios.
Na última semana de maio, quando o Congresso votou a medida provisória (MP) que reformulou a estrutura de governo, Lula ouviu queixas diretamente do presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), e de seu braço direito, Elmar Nascimento (União Brasil-BA). Sem ter margem para negociar, coube ao governo ceder às pressões do grupo, renegociar espaços na Esplanada e aceitar a aprovação da MP que esvaziou os ministérios vitrine de Lula: Meio Ambiente e Povos Indígenas.
Para melhorar a tramitação de projetos, o governo quer que os ministros entrem diretamente na articulação, como faz Fernando Haddad (Fazenda), nos projetos do arcabouço fiscal e a reforma tributária.