Lula discute prioridades com ministros após bloquear R$ 15 bilhões do Orçamento

Reunião deve se estender até o final da tarde e discutirá ações e projetos de cada pasta até o final deste ano e de 2025 e eleições.

8 ago 2024 - 05h00
(atualizado às 21h21)
O presidente da República, Lula (PT).
O presidente da República, Lula (PT).
Foto: CartaCapital

O presidente Lula (PT) convocou os ministros do governo para uma reunião que deve se estender até o final da tarde desta quinta, 8. O encontro será o primeiro após o congelamento de R$ 15 bilhões do Orçamento para cumprir as metas fiscais e servirá para que cada ministro faça uma breve apresentação do trabalho de suas pastas até aqui e projete as prioridades até o fim deste e do próximo ano.

O Planalto pediu que os ministros sejam breves nas suas apresentações, com falas com cerca de 5 minutos, e que reservem o dia todo para participar do encontro que costuma ser demorado. Com a criação da Secretaria Extraordinária da Presidência da República para Apoio à Reconstrução do Rio Grande do Sul, chefiada por Paulo Pimenta, o governo tem 39 ministérios. A ideia é que cada ministro dê um panorama das ações dos primeiros 18 meses e projete novas propsotas.

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Um ponto de atenção será as eleições. O ministro da Advocacia-Geral da União (AGU), Jorge Messias, deve levar ao presidente e aos demais colegas de Esplanada cuidados que os agentes públicos devem ter com a legislação eleitoral deste ano. A pasta fez uma cartilha com alertas sobre casos de publicidade, programas e obras públicas.

A ministra da Saúde, Nísia Trindade, deve apresentar dados sobre programas retomados e relançados na gestão petista, como o aumento na oferta de medicamentos do Farmácia Popular, números sobre vacinação e desafios para implementar sistemas de saúde digital e telesaúde. A pasta foi a mais afetada com o congelamento, em números absolutos, com um corte de R$ 4,4 bilhões - equivalente a 9,4% de suas despesas previstas para o ano.

O ministro Alexandre Padilha, da Secretaria de Relações Institucionais, deve falar das pautas prioritárias que tramitam no Congresso como a regulamentação da reforma tributária, inteligência artificial, mercado de carbono e desoneração da folha de pagamento.

O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou em um dia o fim de suas férias para participar da reunião ministerial convocada pelo presidente Lula nesta quinta, 8. O ministro entrou em férias no dia 27 de julho e retornaria às atividades na sexta, 9. No entanto, em razão da reunião, ele estará em Brasília. A mudança deverá ser publicada no Diário Oficial da União desta quinta.

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Em julho, Lula havia cobrado publicamente a participação dos ministros em reuniões interministeriais. "A gente cria muita reunião interministerial, eu sou informado das reuniões e nem todos os ministros participam das reuniões. Às vezes participa da primeira, na segunda já manda um segundo colocado, na terceira manda um terceiro colocado, na quarta manda um quarto colocado", disse o presidente da República.

Após a publicação desta reportagem, no início da noite desta quinta, 8, a assessoria de imprensa do Ministério da Saúde procurou a coluna para informar que apesar do congelamento de verbas, "não haverá impacto no funcionamento do Farmácia Popular nem na sua projeção de crescimento". O bloqueio no programa refere-se a uma reserva técnica que seria direcionada a outra iniciativa e que se "necessário",  há possibilidade de recompor valores com remanejamentos.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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