O presidente Lula (PT) embarca na manhã desta quarta-feira,17, para Hiroshima, no Japão, onde participará da cúpula do G7, grupo que reúne Alemanha, Canadá, Estados Unidos, França, Itália, Japão e Reino Unido. O convite foi feito pelo primeiro-ministro japonês, Fumio Kishida. O país ocupa a presidência rotativa do bloco e sediará os eventos no sábado e domingo, dias 20 e 21.
É a primeira vez nos últimos 14 anos que um presidente brasileiro participa da reunião. Lula parte às 9h de Brasília e faz escalas no México e Alasca, antes de chegar ao Japão, na madrugada de sexta-feira, 19. Segundo informações da Presidência, ele deve participar de duas reuniões do G7 no sábado à tarde e uma outra no domingo pela manhã. Estão previstas reuniões bilaterais com os primeiros-ministros do Japão e Índia e o presidente da Indonésia.
Na comitiva, além de Lula, devem estar presentes o ministro de Relações Exteriores, Mauro Vieira, e o diretor-geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues. O chefe da PF tem agenda com o comissário geral da NPA (Polícia Federal do Japão), na sexta-feira, 19, para discutir cooperação internacional. Há expectativa de que seja assinado um memorando de entendimento. Outros nomes da comitiva não haviam sido divulgados até o início da manhã desta quarta, 17.
Segundo o secretário de Assuntos Econômicos e Financeiros do Ministério das Relações Exteriores, embaixador Mauricio Lyrio, na manhã de domingo, consta uma cerimônia com os chefes de estado para depositarem flores no Memorial da Paz de Hiroshima.
Lula deve defender a paz na guerra da Ucrânia, postura que adotou desde o início de seu 3º mandato. O petista já causou rusgas na relação com aliados, ao não condenar a invasão russa. Mas recentemente, em viagem ao Reino Unido, Espanha e Portugal, mudou de posicionamento, condenou a invasão e defendeu a integridade do território ucraniano.
O embaixador Lyrio disse que na pauta do G7 estão temas como a guerra da Rússia contra a Ucrânia. Ao final da cúpula, devem ser apresentados dois posicionamentos a partir dos temas debatidos, sendo um construído pelos países membros do G7 e outro pelo bloco junto com os demais convidados.
"Como é uma declaração sobre segurança alimentar e há efeitos do conflito da Ucrânia sobre acesso a alimentos, uma referência ao conflito deverá ser feita [no documento]. Naturalmente, o governo brasileiro negocia essa linguagem para que seja compatível com a linguagem que o Brasil tem usado sobre o tema", afirmou Maurício Lyrio em entrevista a jornalistas no início da semana.
Ele destacou que este processo de negociação é “normal e que tem por interesses e visões de todas as partes envolvidas”. Ainda estão na pauta: mudanças climáticas, transição energética, e enfrentamento das vulnerabilidades dos países de média e baixa renda por conta da crise da dívida.
Além do Brasil, foram convidados Austrália, Ilhas Comores, Ilhas Cook, Índia, Indonésia, República da Coreia e o Vietnã. No evento deve contar com representantes das Nações Unidas, Fundo Monetário Internacional, Banco Mundial, União Europeia entre outras organizações internacionais.