O presidente Lula (PT) reuniu, na manhã desta segunda-feira, 5, o vice-presidente da República, Geraldo Alckmin (PSB), os ministros da Casa Civil, Rui Costa, e da Fazenda, Fernando Haddad, para discutir dois temas prioritários deste início de governo: o carro popular e o Desenrola, este último, promessa de campanha para refinanciamento de dívida das famílias. Lula já cobrou ministros publicamente por uma solução, no entanto, a pauta ainda patina e não foi apresentada.
“São duas pautas, o estímulo a caminhões, ônibus, prioritariamente, e a questão do Desenrola também. A gente repaginou o programa, ele ficou mais voltado para transporte coletivo e de carga. Mas o carro popular também está contemplado”, disse Haddad a jornalistas enquanto saía do Ministério da Fazenda e se dirigia ao Planalto.
O governo se esforça para tentar reduzir os preços dos carros de entrada a um preço inferior a R$ 60 mil, atualmente eles custam em torno de R$ 70 mil. Inicialmente a ideia, discutida há duas semanas, era voltada diretamente para carros, agora deve ser mais ampla.
Para viabilizar o programa, Haddad considera a reoneração das alíquotas de PIS/Cofins sobre diesel, que estão zeradas até dia 31 de dezembro. O novo plano prevê a retomada da cobrança em dois momentos, o adiantamento de parte para setembro e o restante em janeiro de 2024.
A expectativa é de que a alteração aumente a arrecadação em cerca de R$ 3 bilhões, sendo que metade deste valor compensaria os gastos tributários do programa e o restante para o déficit fiscal. O programa de desconto de imposto deve durar por cerca de quatro meses, segundo Haddad. Ainda não há data prevista para a publicação da MP (medida provisória) do programa.
Há duas semanas, Lula, Alckmin e os ministros Costa e Haddad se reuniram com representantes do setor automobilístico para discutir propostas do carro popular. Na ocasião, ventilou-se a possibilidade do anúncio ser feito, mas era apenas o início das discussões com o setor e levantamento de estudos sobre impacto fiscal.
Além disso, à tarde, em comemoração ao Dia Mundial do Meio Ambiente, Lula e a ministra do Meio Ambiente farão evento no Palácio do Planalto para assinatura de atos relativos ao tema. Ainda não foram divulgadas informações sobre o conteúdo das medidas. A ministra foi uma das que perdeu poder com a retirada de atribuições do seu ministério na semana passada, quando Câmara e Senado, com apoio do governo, aprovaram a MP que mudou estrutura da Esplanada dos Ministérios.