A organização humanitária Médicos Sem Fronteiras (MSF) informou nesta terça, 7, que um profissional seu morreu após um bombardeio em um campo de refugiados em Al Shati, na região norte da Faixa de Gaza. De acordo com nota divulgada nesta terça, 7, Mohammed Al Ahel, técnico de laboratório, é o primeiro membro da entidade que morreu na região desde a escalada do conflito, há exatamente um mês.
“Hoje, estamos de luto pela perda de Mohammed Al Ahel, um profissional de nossa equipe em Gaza, que foi morto junto com vários membros de sua família na última segunda-feira (6/11). Mohammed era técnico de laboratório de MSF e estava em sua casa no campo de refugiados de Al Shate quando a área foi bombardeada e seu prédio desabou, supostamente matando dezenas de pessoas”, informou a nota.
Na mensagem, a organização afirmou que “está claro que nenhum lugar em Gaza está a salvo de bombardeios brutais e indiscriminados. Mais de 10.000 pessoas, incluindo mais de 4.000 crianças, já foram mortas em Gaza, de acordo com o Ministério da Saúde [de Gaza]”.
Nesta terça, em entrevista à coluna, a presidente do conselho do MSF-Brasil, Renata Santos, relatou a situação dramática e sem qualquer estrutura médica para os atendimentos em Gaza. No final de semana, 22 profissionais da equipe que são estrangeiros deixaram a área de conflito durante a abertura de fronteiras. Cerca de 300 profissionais palestinos seguem na região prestando atendimento.
Desde a escalada do conflito, quando o Hamas atacou Israel, matando cerca de mil pessoas e sequestrando outras 200, o exército de Israel promove milhares de bombardeios aéreos e incursões terrestres na região palestina. Há relatos de ataques a civis e campos de refugiados por parte de Israel. A situação se agrava com a morte de crianças. O secretário-geral da Organização das Nações Unidas, António Guterres, disse nesta segunda-feira que a proteção aos civis "deve ser fundamental" no conflito entre Israel e militantes palestinos do Hamas, alertando que a Faixa de Gaza está se tornando um "cemitério de crianças".
A nota de MSF não informa quem foi o responsável pelo bombardeio. Com bloqueio promovido por Israel e falta de infraestrutura básica de energia e internet, há dificuldade para jornalistas e entidades independentes confirmarem informações sobre mortos, feridos e ataques em Gaza. No documento, pideram o cessar-fogo imediato para evitar mais mortes e a entrada de ajuda humanitária em maior escalada em Gaza.
“Neste momento trágico, continuamos seriamente preocupados com todos os nossos colegas em Gaza, muitos dos quais ainda estão trabalhando em hospitais em toda a Faixa, para fornecer cuidados que salvam vidas. Reiteramos nosso apelo por um cessar-fogo imediato e incondicional”, finaliza a nota.