MPI faz balanço de ações em Terra Indígena na data de 2 anos da morte de Bruno e Dom

Plano de proteção à Terra Indígena do Vale do Javari foi proposto pelo governo federal 1 ano e meio após o crime

4 jun 2024 - 05h00
Jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira foram mortos na Amazônia
Jornalista britânico Dom Phillips e do indigenista Bruno Araújo Pereira foram mortos na Amazônia
Foto: DW / Deutsche Welle

O Ministério dos Povos Indígenas (MPI) fará nesta quarta, 05, atos em memória dos dois anos do assassinato do indigenista Burno Pereira e do jornalista britânico Dom Phillips e apresentará um balanço das ações do Plano de Proteção do Vale do Javari.

O plano de combate a invasores, garimpeiros, pescadores ilegais e traficantes na Terra Indígena do Vale do Javari foi apresentado pelo governo federal 1 ano e meio após o duplo homicídio, como revelou a coluna, em janeiro. O conjunto de ações interministeriais previa custo de execução de ao menos R$ 13,9 milhões em atuação conjunta do MPI com apoio de no mínimo 55 pessoas das Forças Armadas, Polícia Federal, Força de Segurança Nacional, Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai), Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) e Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama).

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Nesta quarta, às 14h, no Cine Brasília, na capital federal, a pasta comandada pela ministra Sônia Guajajara apresentará o documentário vencedor do prêmio Vladmir Herzog, “Vale dos Isolados: o assassinato de Bruno e Dom”, dirigido pela jornalista Sônia Bridi (Globoplay). Na sequência, será realizada uma mesa redonda para discutir ações de defensores de direitos humanos, comunicadores e ambientalistas. 

Além de integrantes do MPI, dos ministérios dos Direitos Humanos e da Cidadania, e da da Justiça e Segurança Pública, estarão no evento representantes de órgãos e entidades ligadas ao movimento em defesa dos povos indígenas. Entre eles: União dos Povos Indígenas do Vale do Javari (Univaja), da Defensoria Pública da União, Funai, Repórteres Sem Fronteiras, Artigo 19, Instituto Vladimir Herzog, as viúvas de Dom, Alessandra Sampaio, e Bruno, Beatriz Matos, Comissão Interamericana de Direitos Humanos, a jornalista Sonia Bridi e a embaixadora do Reino Unido no Brasil, Stephanie Al-Qaq.

Durante o evento deverá ser apresentado o balanço das principais ações do Governo Federal como parte do Plano de Proteção do Vale do Javari. À noite, a partir das 18h, a imagem de Bruno e Dom será projetada no Bloco A da Esplanada dos Ministérios, e às 19h30 a ministra acompanhará um ato em memória das vítimas no Memorial dos Povos Indígenas. 

Relembre o caso

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Bruno e Dom foram assassinados em uma emboscada no dia 5 de junho de 2022 na região em que denunciavam crimes e a inoperância de órgãos indigenistas durante o governo Jair Bolsonaro (PL). O caso teve repercussão internacional e expôs a violência a que estão submetidos, diariamente, ativistas e indígenas daquela região. Cinco pessoas foram presas por envolvimento no crime

Assim como a Terra Indígena Yanomami, em Roraima, que é a maior do país, o Vale do Javari representa um dos principais desafios do governo federal para proteção indígena e ambiental. Desde que assumiu o governo em 2023, Lula (PT) tem feito ações para repressão de crimes e melhorias no atendimento de saúde. Mesmo assim, há críticas sobre a execução das ações por parte de associações indígenas e do Ministério Público Federal.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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