O presidente Lula (PT) reforçou as críticas que o Itamaraty havia feito à Venezuela sobre a organização das eleições presidenciais deste ano. O petista disse que “não tem explicações” proibir uma adversária a concorrer e considerou a situação "grave". A fala aconteceu nesta quinta, 28, no Palácio do Planalto, em fala aos jornalistas, durante visita de Estado do presidente da França, Emmanuel Macron.
“Não tem explicação. Não tem explicação jurídica, política, você proibir um adversário de ser candidato”, disse Lula.
“É grave que a candidata não possa ter sido registrada. Ela não foi proibida pela Justiça, me parece que ela se dirigiu até o lugar [de inscrição] e tentou usar o computador e não conseguiu. Então é coisa que causou um prejuízo para a candidata”, afirmou o presidente.
Nesta semana, o Itamaraty divulgou nota demonstrando preocupação com as eleições Venezuelanas. Foi a primeira posição crítica do governo Lula à gestão Maduro. A nota foi emitida após a frente de oposição na Venezuela relatar dificuldades significativas, como a falha em inscrever sua candidata, Corina Yoris, no site do Conselho Nacional Eleitoral até o prazo final, estipulado para as 23h59 de segunda-feira (25). No entanto, de última hora, um novo nome da oposição, Manuel Rosales, conseguiu registrar sua candidatura para participar do pleito.
O presidente disse que no Brasil será “proibido proibir” um candidato de concorrer, a menos que por força de decisões judiciais.
“Não quero nem melhor nem pior, quero que as eleições sejam feitas igual a gente faz no Brasil, com a participação de todos. Quem perder chora, quem ganhar ri e assim, a democracia continua. É isso que eu penso”, disse o petista.