A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta, 11, sobre a intenção de voto à prefeitura de São Paulo, indica que a disputa está embolada entre três candidatos empatados na margem de erro. Dois que transitam entre a direita e a extrema-direita, Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), e um à esquerda, Guilherme Boulos (Psol). Um dado importante antes se seguirmos, 45% dos eleitores dizem que podem mudar de voto ainda.
Ao olhar os dados das pesquisas que a Quaest faz desde junho sobre a eleição de São Paulo, há uma indicação de que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) apresentou uma retomada junto aos eleitores, o que parece um efeito positivo do horario de propaganda obrigatória em rádio e TV. O emedebista tem mais da metade desse tempo . Boulos se manteve com alguma oscilação e Marçal cresceu.
Os dados desta última pesquisa se assemelham ao que foi apresentado pelo Datafolha na semana passada, que também identificou o trio embolado na frente. Assim como também mostrou que Marçal é preferido por quem votou em Jair Bolsonaro (PL) em 2022 e que, independentemente disso, Nunes lidera, mesmo com o apoio oficial - mas tímido - do ex-presidente.
A margem é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa, encomendada pela TV Globo, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo SP-09089/2024. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre 8 e 10 de setembro. O nível de confiança é de 95%
O levantamento foi registrado no calor dos atos de 7 de setembro, em que Bolsonaro movimentou seus seguidores para pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Nunes esteve no trio elétrico sem discursar, Marçal chegou quando o evento acabara de terminar. Ambos, de maneiras diferentes, colocaram a digital na manifestação com ares de campanha antidemocrática para defender investigados pela Polícia Federal e condenados por tentativa de golpe de Estado.
A pesquisa não dá elementos para analisar, objetivamente, o impacto da manifestação na intenção de voto. Fica, então, o registro do apoio de ambos para o julgamento da História.
Há um destaque interessante, o recorte de intenção de voto entre os eleitores com renda de até três salários mínimos. Nesse segmento, Nunes passou de 16%, em 28 de agosto, para 25%, agora. Ele está acima de Boulos e Marçal, que tinham, respectivamente, 20% e 15%, e agora, têm, 17% e 18%. Neste recorte, a margem de erro é de 5 pontos percentuais.
Este segmento, historicamente, tem simpatia a Lula (PT), que apoia Boulos. Mas não significa que todos esses eleitores tenham uma identificação à esquerda. Este grupo, onde Lula transita bem, parece ser um desafio para Boulos crescer.
Cenários dos candidatos
No cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados, Nunes tinha 24% em junho, indo a 21% em julho, 19% em agosto e, agora, 24%.
Boulos apresenta alguma estabilidade. Ele tinha 23% em junho, indo a 19% em julho, 22% em agosto, e agora, 21%. Marçal é o nome que saiu de 11% em junho, passando para 15%, em julho, 19% em agosto e, agora, 23%. Quem derreteu foi Datena, começando com 16% em junho, chegando a 19% em julho, registrando duas quedas para 12% em agosto e, agora, 8%.