Opinião: Quaest mostra avanço de Marçal, retomada de Nunes e Boulos oscilando

Trio segue embolado no pelotão da frente, empatando na margem de erro.

11 set 2024 - 18h33
(atualizado às 19h54)
Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e Pablo Marçal, candidatos à Prefeitura de SP
Guilherme Boulos, Ricardo Nunes e Pablo Marçal, candidatos à Prefeitura de SP
Foto: Felipe Rau e Werther Santana/Estadão / Estadão

A pesquisa Quaest divulgada nesta quarta, 11, sobre a intenção de voto à prefeitura de São Paulo, indica que a disputa está embolada entre três candidatos empatados na margem de erro. Dois que transitam entre a direita e a extrema-direita, Ricardo Nunes (MDB) e Pablo Marçal (PRTB), e um à esquerda, Guilherme Boulos (Psol). Um dado importante antes se seguirmos, 45% dos eleitores dizem que podem mudar de voto ainda.

Ao olhar os dados das pesquisas que a Quaest faz desde junho sobre a eleição de São Paulo, há uma indicação de que o prefeito Ricardo Nunes (MDB) apresentou uma retomada junto aos eleitores, o que parece um efeito positivo do horario de propaganda obrigatória em rádio e TV. O emedebista tem mais da metade desse tempo . Boulos se manteve com alguma oscilação e Marçal cresceu.

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Os dados desta última pesquisa se assemelham ao que foi apresentado pelo Datafolha na semana passada, que também identificou o trio embolado na frente. Assim como também mostrou que Marçal é preferido por quem votou em Jair Bolsonaro (PL) em 2022 e que, independentemente disso, Nunes lidera, mesmo com o apoio oficial - mas tímido - do ex-presidente.

A margem é de 3 pontos percentuais para mais ou para menos. A pesquisa, encomendada pela  TV Globo, foi registrada no Tribunal Superior Eleitoral sob o protocolo SP-09089/2024. O levantamento ouviu 1.200 pessoas entre 8 e 10 de setembro. O nível de confiança é de 95%

O levantamento foi registrado no calor dos atos de 7 de setembro, em que Bolsonaro movimentou seus seguidores para pedir o impeachment do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes. Nunes esteve no trio elétrico sem discursar, Marçal chegou quando o evento acabara de terminar. Ambos, de maneiras diferentes, colocaram a digital na manifestação com ares de campanha antidemocrática para defender investigados pela Polícia Federal e condenados por tentativa de golpe de Estado.

A pesquisa não dá elementos para analisar, objetivamente, o impacto da manifestação na intenção de voto. Fica, então, o registro do apoio de ambos para o julgamento da História.

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Há um destaque interessante, o recorte de intenção de voto entre os eleitores com renda de até três salários mínimos. Nesse segmento, Nunes passou de 16%, em 28 de agosto, para 25%, agora. Ele está acima de Boulos e Marçal, que tinham, respectivamente, 20% e 15%, e agora, têm, 17% e 18%. Neste recorte, a margem de erro é de 5 pontos percentuais.

Este segmento, historicamente, tem simpatia a Lula (PT), que apoia Boulos. Mas não significa que todos esses eleitores tenham uma identificação à esquerda. Este grupo, onde Lula transita bem, parece ser um desafio para Boulos crescer.

Cenários dos candidatos

No cenário estimulado, quando os nomes dos candidatos são apresentados, Nunes tinha 24% em junho, indo a 21% em julho, 19% em agosto e, agora, 24%.

Boulos apresenta alguma estabilidade. Ele tinha 23% em junho, indo a 19% em julho, 22% em agosto, e agora, 21%. Marçal é o nome que saiu de 11% em junho, passando para 15%, em julho, 19% em agosto e, agora, 23%. Quem derreteu foi Datena, começando com 16% em junho, chegando a 19% em julho, registrando duas quedas para 12% em agosto e, agora, 8%.

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Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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