Um grupo de parlamentares que coordenou a comissão parlamentar mista de inquérito (CPMI) do 8/1 se reuniu nesta terça, 5, com o procurador-geral da República, Paulo Gonet. Os deputados e senadores trataram do inquérito da Polícia Federal que investiga o ex-presidente por tentativa de golpe de Estado e reforçaram o pedido para que não haja anistia a Jair Bolsonaro (PL).
A corporação investiga a participação de Bolsonaro nos atos e deve concluir o inquérito ainda este ano. Nesta semana, o deputado federal e ex-diretor-geral da Abin, Alexandre Ramagem, depôs por duas horas sobre os atos antidemocráticos. Bolsonaro e Ramagem negam envolvimento.
Estiveram na reunião com Gonet a senadora Eliziane Gama (PSD-MA), a deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ) e os deputados Pastor Henrique Vieira (PSOL-RJ) e Rogério Correia (PT-MG). O encontro acontece em meio às articulações da oposição para viabilizar um projeto que dê anistia aos condenados por participação na tentativa de golpe de Estado.
"Tivemos uma reunião muito importante com o doutor Gonet para acompanhar o desdobramento do relatório da CPMI do 8 de janeiro. E claro, acompanhar e dizer que estamos atento às denúncias que virão desse relatório em relação aqueles que participaram diretamente dos atos do 8 de janeiro", disse Eliziane Gama.
Em outubro de 2023, o relatório final da CPMI, pediu o indiciamento de Bolsonaro como autor "intelectual" da tentativa de golpe e de diversos militares, como o ex-candidato a vice-presidente e ex-ministro da Casa Civil e da Defesa, Walter Souza Braga Netto (PL).
"Os fatos demostram que Bolsonaro foi autor, seja intelectual, seja moral, dos ataques perpetrados contra as instituições", culminando na invasão e depredação das sedes dos Três Poderes, indicava o relatório da investigação parlamentar..