A investigação da Polícia Federal (PF) sobre a tentativa de golpe de Estado no Brasil apontou que o então comandante da Marinha, almirante Almir Garnier, teria disponibilizado taques para a ação ilegal.
A corporação identificou mensagens encaminhadas pelo tenente-coronel Sérgio Cavaliere ao então ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), o também tenente-coronel Mauro Cid. Cavaliere encaminhou mensagens de um contato chamado "Riva", que não está identificado no indiciamento.
"Além de ratificar que o então presidente Jair Bolsonaro tinha elaborado o decreto, as mensagens encaminhadas pelo contato RIVA ainda confirmam a adesão do Almirante Almir Garnier ao intento golpista. RIVA diz: 'O Alte Garnier é PATRIOTA. Tinham tanques no Arsenal prontos'". O interlocutor dessa conversa printada respondeu que Bolsonaro deveria ter “rompido” com a Marinha, "que o Exército e Aeronáutica iriam atrás tomado uma medida mais". Após duas mensagens de áudio apagadas por Cid, Cavaliere diz, então: "fomos covardes, na minha opinião".
Em outro trecho da investigação, em conversa do dia 16 de dezembro de 2023 com o coronel Gustavo Gomes, Cavaliere disse que "amigo da Presidência”, em referência a Mauro Cid, tinha confirmado que a Marinha aderiu ao golpe de Estado, "mas o Exército e a Aeronáutica se mantiveram dentro da legalidade, refutando a ruptura institucional".