PF aponta que Alexandre de Moraes foi monitorado por aliados de Bolsonaro

Troca de mensagem entre militares do governo Bolsonaro indicam que grupo acompanhava agendas e deslocamentos do ministro

8 fev 2024 - 11h53
(atualizado às 11h57)
Ministro Alexandre de Moraes
Ministro Alexandre de Moraes
Foto: Alejandro Zambrana/Secom/TSE

O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, foi monitorado por assessorees do então presidente Jair Bolsonaro (PL), após a derrota nas eleições, durante a elaboração de planos para um golpe de Estado. A informação consta das investigações da Polícia Federal (PF). Nesta quinta, 8, a operação Tempus Veritas prendeu quatro aliados do ex-presidente e cumpriu mandados de busca e apreensão contra o núcleo político e militar do governo passado.

Segundo a investigação, diálogos mantidos entre Marcelo Costa Câmara (ex-assessor especial da Presidência) e Mauro Cid (ajudante de ordens da Presidência), dois militares que trabalhavam no governo Bolsonaro, monitoraram várias autoridades no mês de dezembro de 2022, inclusive Moraes. A informação consta da decisão do ministro que autorizou a operação desta quinta.

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"Se constata das conversar constantes [...], que serviria, fundamentalmente, a assegurar que ordem de prisão consignada do decreto golpista pudesse ser cumprida, contexto que evidencia as intenções reais da organização criminosa no sentido de consumar a ruptura institucional com decretação de golpe de Estado e cerceamento à independência do Poder Judiciário", escreveu Moraes.

Segundo a PF, Câmara e Cid integravam um núcleo de inteligência paralela, cujo objetivo era coletar dados e informações para auxiliar "a tomada de decisões do então Presidente da República JAIR BOLSONARO na consumação do Golpe de Estado". Este grupo, informa a PF, também tinha participação do general Augusto Heleno, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional - ele também é alvo da operação.

Veja troca de mensgens entre Cid e Câmara sobre monitoramento do ministro Moraes. Segundo as investigações foi criado o codinome "professora" para se referir ao ministro. Os números de celular foram omitidos pela coluna.

Troca de mensagens entre Mauro Cid e Marcelo Câmara consta na investigação da PF
Foto: Reprodução

A coluna não conseguiu contato com os citados e investigados. O espaço está aberto à manifestação.

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Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
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