O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) e presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), Alexandre de Moraes, foi monitorado por assessorees do então presidente Jair Bolsonaro (PL), após a derrota nas eleições, durante a elaboração de planos para um golpe de Estado. A informação consta das investigações da Polícia Federal (PF). Nesta quinta, 8, a operação Tempus Veritas prendeu quatro aliados do ex-presidente e cumpriu mandados de busca e apreensão contra o núcleo político e militar do governo passado.
Segundo a investigação, diálogos mantidos entre Marcelo Costa Câmara (ex-assessor especial da Presidência) e Mauro Cid (ajudante de ordens da Presidência), dois militares que trabalhavam no governo Bolsonaro, monitoraram várias autoridades no mês de dezembro de 2022, inclusive Moraes. A informação consta da decisão do ministro que autorizou a operação desta quinta.
"Se constata das conversar constantes [...], que serviria, fundamentalmente, a assegurar que ordem de prisão consignada do decreto golpista pudesse ser cumprida, contexto que evidencia as intenções reais da organização criminosa no sentido de consumar a ruptura institucional com decretação de golpe de Estado e cerceamento à independência do Poder Judiciário", escreveu Moraes.
Segundo a PF, Câmara e Cid integravam um núcleo de inteligência paralela, cujo objetivo era coletar dados e informações para auxiliar "a tomada de decisões do então Presidente da República JAIR BOLSONARO na consumação do Golpe de Estado". Este grupo, informa a PF, também tinha participação do general Augusto Heleno, então ministro do Gabinete de Segurança Institucional - ele também é alvo da operação.
Veja troca de mensgens entre Cid e Câmara sobre monitoramento do ministro Moraes. Segundo as investigações foi criado o codinome "professora" para se referir ao ministro. Os números de celular foram omitidos pela coluna.
A coluna não conseguiu contato com os citados e investigados. O espaço está aberto à manifestação.