A Polícia Federal e o Ministério Público do Piauí realizam nesta quinta, 15, a segunda fase da Operação Iscariotes, que investiga um promotor de justiça do estado suspeito de cobrar R$ 3 milhões para não atuar contra um empresário. Foram expedidos cinco mandados de busca e apreensão em endereços vinculados aos investigados na capital Teresina e em Picos, também no Piauí. A Tribunal de Justiça determinou o afastamento do cargo público do promotor, bloqueio de bens e valores e monitoramento eletrônico dos investigados.
A primeira fase da investigação, deflagrada no dia 7, apreendeu cerca de R$ 900 mil em espécie na casa do promotor, além de computadores, celulares e documentos. As investigações apuram o crime de concussão - que é quando o agente público exige para si, direta ou indiretamente, vantagem indevida - que teriam sido praticados pelo promotor de justiça do estado do Piauí e seu assessor.
Segundo informações da PF, o promotor de justiça é suspeito de cobrar R$ 3 milhões para não investigar um empresário. A investigação da PF relatou que o empresário procurou o plantão da Polícia Federal e contou que havia sido abordado pelo promotor em um restaurante. No encontro, o promotor teria dado o prazo de poucos dias para que a “vítima pagasse expressiva quantia para não ser mais investigada”.
O nome do promotor e dos demais alvos não foi divulgado. A operação foi denominada “Iscariotes”, referência a Judas Iscariotes, “em razão de o agente público, incumbido da função de fiscal da lei, ter traído a confiança nele depositada pelo Estado e pela instituição”, informou a corporação.