A Polícia Federal e o Ministério Público do Estado do Piauí cumpriram nesta quarta, 7, um mandado de busca e apreensão contra um promotor de justiça do estado suspeito de cobrar R$ 3 milhões para não investigar um empresário. A operação aconteceu em Teresina, na capital do estado. Foram apreendidos cerca de R$ 900 mil em espécie, celulares, computadores e documentos.
Segundo informações da PF, o empresário procurou o plantão da Polícia Federal e relatou que havia sido abordado pelo promotor de justiça em um restaurante. No encontro, o promotor teria dado o prazo de poucos dias para que a “vítima pagasse expressiva quantia para não ser mais investigada”.
O nome do alvo não foi divulgado. A operação foi denominada “Iscariotes”, referência a Judas Iscariotes, “em razão de o agente público, incumbido da função de fiscal da lei, ter traído a confiança nele depositada pelo Estado e pela instituição”, informou a corporação.
Segundo nota da operação, foram realizadas investigações e diligências que confirmaram “o teor dos relatos da vítima, conseguindo, inclusive, registrar o recebimento de parte do montante pelo investigado”. O promotor poderá responder pelo crime de concussão, que é quando o agente público exige para si, direta ou indiretamente, vantagem indevida.