Durante a busca e apreensão feita na última quarta-feira, 2, no gabinete da deputada federal Carla Zambelli (PL-SP), agentes da Polícia Federal (PF) se surpreenderam ao encontrar o gabinete praticamente vazio. Não havia computador e dispositivos no local de trabalho da parlamentar.
Internamente, a corporação suspeita que a deputada já previa que seria alvo de alguma ação judicial e, por isso, fez uma ‘limpa’ no gabinete. Isso porque já é sabido que há outras investigações sobre a parlamentar. Ainda assim, fontes ouvidas pela coluna não descartam a possibilidade de vazamento da operação.
Ao longo dos últimos dias, investigadores estão analisando os materiais colhidos e revendo pontos do trabalho que foi feito até aqui para descartar, com segurança, a hipótese de vazamento e seguir na investigação.
Operação 3FA
O que motivou a PF a ir às ruas prender Walter Delgatti, conhecido como "hacker da Vaza Jato", foram pagamentos realizados pela deputada federal a ele. A operação 3FA fez buscas e apreensão em endereços residenciais e profissionais da parlamentar.
Segundo a decisão judicial, à qual o Terra teve acesso, os assessores de Zambelli – que também foram alvos da operação - teriam solicitado ao hacker que ele realizasse fraudes nas urnas eletrônicas e invadisse as contas de e-mail do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes.
Em depoimento à Polícia Federal (PF), o hacker relatou pedidos que recebeu da deputada Carla Zambelli. Segundo contou à PF, em setembro de 2022, ela solicitou que ele invadisse as urnas eletrônicas ou, se não conseguisse, o e-mail e o telefone do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, ex-presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). A deputada deu entrevista a jornalistas no dia da operação e negou quaisquer irregularidades e participação em atos ilícitos.