A revelação de que o ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), Mauro Cid, recebia informes com detalhes do esquema de segurança do presidente Lula (PT) gerou incômodo na Polícia Federal. A falha do Gabinete de Segurança Institucional (GSI) é vista como uma “vulnerabilidade total” e que “fragiliza muito” o trabalho de proteção ao presidente.
Essa percepção foi compartilhada à coluna, sob reserva, por uma fonte da PF que acompanha de perto o esquema de segurança presidencial. Segundo informações divulgadas pelo portal Metrópoles, mesmo sem qualquer função relativa à segurança de Lula, Cid recebia e-mails com informações de itinerário, veículos da escolta, horário de chegada e responsável pela segurança do petista durante as agendas.
Somente após a publicação da notícia pela imprensa, o GSI decidiu afastar os responsáveis pelo envio das informações, um militar do Exército e dois da Marinha, e abrir sindicância para apurar o caso.
Os e-mails foram descobertos pelos parlamentares da Comissão Parlamentar Mista de Inquérito (CPMI) que investiga os ataques do dia 8 de janeiro e quebraram o sigilo das comunicações de Mauro Cid.
Desde o final de junho, Lula determinou que a segurança fosse coordenada pelos militares do GSI com participação da PF, em um modelo híbrido. A mudança incomodou os policiais. Na semana passada, a PF prendeu um fazendeiro que teria ameaçado dar um “tiro na barriga” de Lula durante viagem ao Pará. O esquema de segurança foi reforçado.
Ainda que exista o modelo híbrido, a primeira-dama, Janja da Silva, preferiu não abrir mão dos policiais na sua segurança, afastando os militares.