Presidente da COP 30 diz que EUA fora do Acordo de Paris traz “impacto significativo”

Evento que discute ações sobre o clima é central na agenda internacional de Lula; reunião acontecerá em Belém (PA) em novembro.

21 jan 2025 - 13h54
(atualizado às 16h07)
O presidente da COP 30, André Lago.
O presidente da COP 30, André Lago.
Foto: Reprodução/Itamaraty

O presidente da COP 30, André Corrêa do Lago, disse que a decisão do presidente Donald Trump de tirar os Estados Unidos do Acordo de Paris traz “impactos significativos” para a preparação do evento ambiental que acontecerá em novembro. A realização da Conferência do Clima na Amazônia, em Belém (PA), é uma das prioridades da agenda internacional de Lula (PT).

Lago é secretário de Clima, Energia e Meio Ambiente do Itamaraty e foi anunciado nesta terça, 21, como presidente da COP, reunião anual em que os países discutem medidas para combater as mudanças climáticas.

Publicidade

“ Estamos analisando as decisões do presidente Trump, mas não há a menor dúvida de que terá um impacto significativo na preparação da COP e na maneira que vamos ter que lidar com o fato de que um país tão importante está se desligando desse processo”, disse Lago à imprensa.

O diplomata disse que a decisão de Trump é um “anúncio político de muito impacto” e que vai trabalhar de modo que o processo de negociação aconteça de maneira construtiva.

“Os EUA são um ator essencial, não é só a maior economia, mas é também um dos maiores emissores. Mas é também um país que tem trazido respostas na área do clima com tecnologias, os EUA têm várias empresas extraordinárias e várias cidades, estados que estão envolvidos nesse debate”, afirmou

A Secretária de Mudança do Clima do Ministério do Meio Ambiente, Ana Toni, também foi anunciada como secretária-executiva da conferência. O nome dela foi confirmado pela ministra do Meio Ambiente (MMA) Marina Silva, após reunião com o presidente Lula.

Publicidade

Lago tem foi embaixador no Japão entre 2013 e 2018 e na Índia entre 2018 e 2023. Serviu em embaixadas em Madri, Praga, Washinton, Buenos Aires. O diplomata desempenhou papel de negociador em eventos sobre o clima, Rio+20 e nas articulações no G20.

Já Ana Toni, antes de assumir o cargo no MMA foi diretora executiva do Instituto Clima e Sociedade (iCS), presidente do conselho do Greenpeace International, diretora da Fundação Ford no Brasil e da ActionAid Brasil.

Fonte: Guilherme Mazieiro Guilherme Mazieiro é repórter e cobre política em Brasília (DF). Já trabalhou nas redações de O Estado de S. Paulo, EPTV/Globo Campinas, UOL e The Intercept Brasil. Formado em jornalismo na Puc-Campinas, com especialização em Gestão Pública e Governo na Unicamp. As opiniões do colunista não representam a visão do Terra. 
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações